Depois de viver um crescimento de 4,8% entre março e junho, a produção da indústria brasileira teve queda de 2,5% em julho. O resultado foi divulgado, nesta quinta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E representa a maior perda para o setor desde janeiro de 2003.
A queda pode já ser um ajuste para um segundo semestre menos aquecido, na avaliação de Isabela Nunes, economista do departamento de Indústria do IBGE. "O recuo foi apenas uma acomodação", afirma a economista. Ela destacou que as taxas de crescimento estavam num patamar elevado desde o segundo semestre do ano passado.
"Além disso, várias pesquisas de sondagem da indústria mostram para este segundo semestre uma deterioração nas expectativas tanto do empresariado como do consumidor", explicou Isabela Nunes. Mas, para a economista do IBGE, a queda na produção em julho "não significa que a indústria vá continuar registrando queda".
Ela não descartou a possibilidade da crise política e da manutenção dos juros altos terem influenciado no resultado do setor, mas esclareceu que "a pesquisa do IBGE é conjuntural e não avalia a influência destes fatores externos". Em relação a julho de 2004, a produção da indústria nacional cresceu 0,5%.
