O ataque da ferrugem asiática nas áreas de soja do Centro-Oeste e a estiagem no Sul, que prejudicou significativamente as lavouras de milho, deverão representar uma perda de pelo menos 10 milhões de toneladas de grãos na previsão de colheita deste ano. A confirmação é do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que esteve hoje (17) em Palmas,para lançar um programa de fortalecimento do cooperativismo no Estado. Rodrigues informou que a previsão para este ano era de colher 130 milhões de toneladas de grãos, mas que os números finais devem ficar perto de 120 milhões, decorrentes das perdas “rigorosas”, que ocorreram nestas regiões.
Por se tratar de commodities, cujos preços são definidos pelas bolsas internacionais, Rodrigues acredita que não haverá modificação nos preços. “Quem determina o preço da soja e do milho é a Bolsa de Chicago. Por isso, os preços não devem cair ou subir por causa da perda brasileira, por maior que seja ela”, disse. Por outro lado, é certo que os produtores devem ter sua renda reduzida.
Segundo ele, o governo federal busca diminuir essas perdas, assegurando crédito suficiente e esticando o financiamento de armazéns e mecanização por meio do Moderfrota. Para ele, com esses benefícios o governo dá mais fôlego para o produtor fazer sua comercialização no momento mais oportuno.
China – Rodrigues disse que o Brasil discute um amplo acordo na agricultura com a China para os próximos 20 anos. Segundo ele, há um horizonte de um êxodo rural muito grande naquele país. Estima-se que, nos próximos 15 anos, 350 milhões de chineses deixarão o campo rumo à cidade, o que vai aumentar a demanda por alimentos. Ela acrescentou que há ainda uma tendência de redução na produção chinesa porque vai faltar água para irrigação, uma vez que os recursos hídricos vão ser utilizados para abastecimento humano nas cidades. “Seguramente a China vai comprar mais alimentos nos próximos 20 anos”, afirmou.
Sobre a redução nos subsídios determinada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para o algodão e o açúcar, Rodrigues acredita que os benefícios para o Brasil só devem ocorrer no médio prazo, quando houver uma menor oferta dos produtos subsidiados no mercado. “Aí haverá uma abertura maior para os países que são competitivos, como o Brasil, o que pode resultar em uma pequena melhora de preço, mas nada significativo”, salientou. Para Rodrigues, o que é relevante é que os preços não deverão cair por causa da retirada dos subsídios.
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