O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (19) que o clima político na América do Sul nunca esteve tão favorável à integração. Lula, que participa do segundo dia da reunião de Cúpula do Mercosul, no Rio, disse estar convencido de que o Mercosul trará benefícios para todos os países participantes.
Em seu discurso, Lula explicou que as diferenças entre os países não vão afetar as discussões sobre o desenvolvimento do bloco econômico. Ele diz que o importante é respeitar a identidade social de cada país. "Temos em comum o resgate de uma dívida social", afirmou.
O presidente lembrou que, na reunião, se avançou em várias discussões, como a entrada da Venezuela e o pedido de ingresso da Bolívia no Mercosul. "Que sejam bem-vindos os irmãos bolivianos e todos os que querem ingressar", afirmou Lula.
Para Lula, "o pluralismo político ideológico é totalmente compatível com o nosso processo de integração". O presidente disse estar plenamente convencido de que a convergência do Mercosul com a Comunidade Andina de Nações será em benefício de todos.
Ele reconheceu que há muitos desafios nessa convergência e na criação da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), que pretende reunir todos os países da região. Lula reconheceu que existem diferenças nas políticas internas dos países da região e que há diferentes graus de institucionalidade "que podem acarretar superposições transitórias". Ele ressaltou porém que "somos formados na adversidade". De acordo com Lula, as diferenças políticas não impedem a integração. O presidente disse ainda que as razões que deram origem ao Mercosul permanecem e que "nossa união é necessária".
Sem complexo de culpa
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o Brasil sairá da presidência do Mercosul sem nenhum "complexo de culpa" por ter avançando em vários pontos, como as discussões sobre as frustrações dos países mais pobres no bloco econômico. Segundo ele, hoje o Mercosul não é mais do governo ou só dos empresários, é também de "todo povo do nossos países".