Relatório divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU) informa que os conflitos no Iraque deixaram 5.818 civis mortos e 5.672 feridos em maio e junho. O número de pessoas que tiveram de abandonar suas casas por causa da violência é estimado em 150 mil.
Com o balanço de maio e junho, já são 14.338 os civis mortos no primeiro semestre e a tendência é de esse número aumente. "Apesar de elogiar as recentes medidas positivas para promover a reconciliação nacional, o relatório alerta para o crescente número de vítimas civis, mortas ou feridas em ataques indiscriminados de terroristas e insurgentes, milícias e grupos criminosos", apontou a missão de assistência da ONU para o Iraque, em nota.
Segundo o informe, "assassinatos, seqüestros e tortura continuam sendo freqüentes" e profissionais das áreas de educação e saúde e integrantes do Judiciário são os mais visados. A maioria das vítimas morreu em Bagdá. Do total, 244 eram mulheres e 71 crianças. Desde 2003, o Ministério da Saúde já registrou 50 mil mortes por violência, mas admite que o número real "provavelmente é maior".
Só nos ataques a comunidades xiitas desde domingo, o número de mortos chega a 150. Hoje, a explosão suicida de um carro-bomba em um mercado na cidade de Kufa, ao sul de Bagdá, deixou 59 mortos e 92 feridos. Ontem, um ataque em Mahmudiya deixou número mais de 50 mortos.
O Partido Islâmico Iraquiano, principal legenda sunita do país, pediu hoje uma conferência de todos os líderes religiosos e políticos para acabar com os ataques sectários e impedir que o Iraque chegue à guerra civil. "Há uma horrível escalada de violência e reação à violência", declarou em nota. "O Partido Islâmico Iraquiano denuncia os massacres em Mahmoudiya e Kufa e apela aos iraquianos para que recuperem o bom senso em vez de cair no abismo.