Qualidade eleva o preço da carne

Investir na qualidade do produto final, visando produzir materiais de qualidade superior, está permitindo aos criadores de ovinos e caprinos um retorno financeiro maior e vendas superiores. De acordo com Tarcísio Bartmeyer, Coordenador do Programa de Estruturação da Cadeia Produtiva de Bovinos de Corte e Ovinos da Cooperativa Castrolanda, em Castro (PR), os produtores chegam a receber R$1,00 a mais por quilo de carne de cordeiro pelo diferencial oferecido, o que significa 10% a mais. ?Isso leva o produtor a continuar investindo na atividade, pois, mesmo seus custos sendo maiores que daqueles que não investem em alimentação balanceada, genética para carne, sanidade, controle zootécnico, abate sob inspeção e notas fiscais, ele ainda consegue um bom retorno?, explica.

Bartmeyer conta que muitos empresários já estão atentos à importância de se adquirir produtos de primeira qualidade e com segurança alimentar, para, conseqüentemente, obter satisfação e retorno financeiro do consumidor final. ?Para a obtenção de um produto diferenciado são necessários cuidados especiais e o uso de alta tecnologia, o que faz aumentar seu valor. Mesmo com a resistência de alguns empresários, que ainda buscam o menor preço, já há um nicho de mercado que busca a qualidade em primeiro lugar?, conta.

É o caso do empresário José Henrique Carlan, que abriu recentemente o restaurante Pata de Cordeiro, em Curitiba, primeiro da cidade especializado em carnes de cordeiro e cabrito. Para ele, é melhor remunerar mais o produtor para ter um consumidor satisfeito do que economizar na compra e correr o risco de perder o cliente. O empresário conta que o investimento trouxe um feedback positivo de quem foi ao restaurante, em relação ao sabor e maciez das carnes. ?Um produto criado de forma adequada e abatido com no máximo 120 dias tem um sabor diferenciado que agrada ao paladar. Muitas pessoas, principalmente as mulheres, ainda têm resistência para consumir esses tipos de carne porque experimentaram um produto criado e abatido sem os cuidados necessários, alterando totalmente a maciez e o sabor?, explica.

Após um longo estudo e diversas visitas na busca de produtores que satisfizessem o ideal de qualidade do empresário, Carlan firmou uma parceria com a Castrolanda, da qual compra mensalmente 600 quilos de carnes de cordeiro.

Apoio do Estado

Para melhorar a qualidade da carne ovina e caprina servida na mesa dos paranaenses, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), criou em 2002 o Programa de Apoio à Estruturação das Cadeias Produtivas de Ovinos e Caprinos. O programa visa a fortalecer as cadeias produtivas no Estado, atuando integralmente entre todos os elos que formam as cadeias, desde o fornecedor de insumos até o consumidor final.

Para o implementador do programa, Cézar Amin Pasqualin, para se adquirir rebanhos de alta qualidade é necessário seguir diversos cuidados, como local da criação – a campo, confinados ou em semi-confinamento -, alimentação adequada, idade de abate (no máximo com 120 dias), armazenagem correta da carne, entre outros.

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