Mesmo com elevada taxa de inflação registrada em julho, e 1,21%, a coordenadora do ICV-Dieese, Cornélia Nogueira Porto, diz que o quadro inflacionário atual é melhor que o de abril, quando o índice foi de 0,06%. Esta melhora identificada por ela encontra base na quantidade de preços estáveis e dos que tiveram deflação nos dois meses bases para a comparação. Em abril, 49,7% dos preços que compõem o ICV mostraram-se estáveis. Agora em julho eles já são 50,2%. Quanto aos preços que apresentaram deflação, em abril eles respondiam por 21% e em julho por 21,5% dos preços que compõem o ICV.
Portanto, afirma a economista do Dieese, a alta da inflação em julho foi claramente provocada por preços administrados e não por demanda. Ela recorre aos mesmos argumento e exemplo do coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, para defender a tese de que a inflação corrente não vem de um aumento significativo da demanda. O grupo Vestuário é o exemplo dado pelos economistas. NO ICV do Dieese este segmento acumula no ano uma queda de 0,06% e, em 12 meses, de 0,70%.
“Este é um indicador de que a inflação não é de demanda” afirma Cornélia, acrescentando que neste aspecto faz sentido a preocupação do Banco Central com o descolamento das expectativas do mercado com as previsões das autoridades monetárias. “Até porque, a inflação dos administrados não deve se confirmar”, diz Cornélia.
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