Quadro externo afeta juros e Copom fica em 2º plano

O mercado de juros está quase que todo voltado para o comportamento das bolsas internacionais, que dão sinais de mais um dia de nervosismo hoje. As bolsas asiáticas voltaram a fechar em queda expressiva, as bolsas européias operam com perdas superiores a 1,5% e os índices futuros das Bolsas norte-americanas indicam baixa, refletindo o ambiente de aversão ao risco que começou a se formar na terça-feira da semana passada, após a queda histórica da Bolsa da China.

No pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as projeções dos juros a partir dos contratos futuros de depósitos interfinanceiros (DIs) estão subindo esta manhã. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2008 projetava taxa de 12,18% ao ano, às 10h50. Na sexta-feira passada, essa projeção estava em 12,11% ao ano. O DI de janeiro de 2009 avança hoje para 12,22% ao ano, ante 12,09% de sexta-feira.

O pregão de juros na BM&F hoje é de continuidade da correção dos preços e desmonte de posições. Portanto, de muita volatilidade, movimentos que têm como pano de fundo o temor de uma desaceleração da economia internacional.

A instabilidade do mercado global, que afeta diretamente o fluxo de recursos que alimentou a valorização dos ativos domésticos nos últimos meses, coloca em segundo plano eventos locais, inclusive a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que acontece amanhã e quarta-feira.

Não fosse a turbulência internacional, o mercado poderia arriscar apostas mais ousadas para a decisão sobre a taxa Selic (juro básico da economia brasileira) na quarta-feira. Afinal, as expectativas de inflação estão em queda, como mostrou hoje a pesquisa Focus, realizada semanalmente junto a mais de cem instituições financeiras.

Mas, diante das incertezas internacionais, o mercado deve manter nos preços a aposta em um novo corte de 0,25 ponto porcentual, o que levará a taxa Selic para o nível de 12,75% ao ano. "O mercado não está operando o Copom. Está totalmente atrelado à oscilação do mercado externo, especialmente das bolsas norte-americanas", observa um operador.

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