Os policiais militares que ingressam na corporação como soldados terão mais possibilidades de fazer carreira dentro da instituição. Pela mensagem encaminhada pelo governador Roberto Requião à Assembléia Legislativa, no início de suas atividades, é proposta a criação de Quadro Especial de Oficiais da Polícia Militar e abertura da possibilidade de um soldado chegar ao posto de coronel da PM. ?Temos soldados que têm curso superior, pós-graduação, doutorado e continuam soldados, sem nenhuma perspectiva de ascensão. Nós estamos abrindo essa perspectiva?, disse Requião.

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O capitão o Emerson Claiton Mendes, que faz parte do Quadro de Oficiais Administrativos e trabalha como secretário na Comissão de Promoção de Oficiais, disse que o governador conseguiu despertar nos policiais militares ? de soldado a subtenente ? o interesse pela melhoria da prestação de serviço e o interesse pelo estudo. Conforme explicou, para ser beneficiado, o soldado terá que ter curso superior. ?Não resta dúvida que é uma situação inédita, inovadora e que trará benefícios a toda a corporação?, afirmou Claiton, lembrando que, de acordo com o projeto apresentado aos deputados, é garantido o direito, pelo prazo de cinco anos, dos subtenentes e primeiros-sargentos que não possuem curso superior de concorrem com os demais.

Formação

Atualmente, os primeiros-sargentos e subtenentes ingressam no curso de oficiais administrativos após concurso interno e, ao fim do curso na Academia Policial Militar do Guatupê, eles são promovidos a segundo-tenente. Com a alteração proposta pelo governador, também os segundos e terceiros-sargentos, cabos e soldados, desde que tenham curso superior, poderão fazer o concurso interno para tentar uma vaga na formação dos novos integrantes do Quadro Especial de Oficiais da Polícia Militar. Antes, não era exigido o curso superior. O soldado entra na Polícia Militar por concurso público no qual a escolaridade exigida é o ensino médio. ?Com policiais mais bem preparados e motivados, quem ganha é a população que passa a confiar mais no policial?, disse o capitão.

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Caso a nova lei seja aprovada conforme a proposta encaminhada pelo governo, o soldado que tenha interesse em seguir carreira dentro da Polícia Militar não precisará esperar por um tempo médio de 20 anos de serviço, que é o que acontece hoje, até chegar ao posto de primeiro-sargento e possa prestar concurso interno para o Quadro de Oficiais Administrativos. ?É uma motivação a mais, pois a previsão é que a partir da nova lei esta espera diminua, uma vez que com cinco anos de profissão já será possível concorrer ao oficialato e, a partir de então, chegar ao posto de coronel?, disse o capitão Claiton. Ele acredita que as alterações que seriam provocadas por esse projeto especificamente e os investimentos que vem sendo feitos pelo governo estadual na Polícia Militar vão resultar em melhoria no serviço prestado pela corporação.

Ingresso

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Há duas formas de ingresso na Polícia Militar. Uma delas é pelo concurso público para soldado, em que se exige a escolaridade de ensino médio. Além da prova de conhecimentos gerais, o candidato precisa passar pelo teste de saúde, de aptidão física e pela investigação social. Depois, disso, faz curso de formação, cuja grade horária é estabelecida pela Diretoria de Ensino da Polícia Militar, levando-se em conta o conhecimento necessário para a realização do serviço. A segunda maneira é pelo vestibular da Universidade Federal do Paraná, pelo qual o candidato aprovado nas provas objetivas, discursivas e nos testes de habilidade específica, seja para policial ou bombeiro militar, ingressa no Curso de Formação de Oficiais, que tem duração de três anos e é cursado em período integral na Academia Policial Militar do Guatupê.