Putin vai discutir com Lula fim do embargo à carne brasileira

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reúne-se amanhã (22), em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar do fim do embargo à carne brasileira e para assinar acordos de cooperação relativos ao programa aeroespacial brasileiro. Quanto à questão nuclear, Putin já mostrou simpatia à idéia de que o Brasil desenvolva seu programa para fins pacíficos. Pela agenda oficial, o presidente russo chegaria a Brasília na noite de hoje.

Amanhã (22), Putin visita o Congresso Nacional, às 9h30, e em seguida tem audiência com Lula no Palácio do Planalto. Também estão previstas reuniões paralelas entre as equipes dos governos da Rússia e do Brasil. Os dois presidentes assinam atos de cooperação, em cerimônia marcada para às 12h20, e almoçam no Itamaraty, às 13h. Ainda amanhã, Putin embarca para o Rio de Janeiro, onde não terá compromissos oficiais, mas apenas uma agenda privada, incluindo passeio pelo Corcovado.

A expectativa do governo brasileiro é de que a Rússia libere a importação de carne de outros Estados do Brasil. Na última terça-feira, a Rússia suspendeu o embargo à carne produzida em Santa Catarina. A importação de carne brasileira foi interrompida em setembro, quando se verificou um foco de aftosa no Amazonas.

As exportações de carnes representam 40% de tudo o que o Brasil vende para a Rússia. Outros 45% do comércio são feitos com açúcar. Por isso, a diversificação da pauta de exportações é um dos desafios na relação bilateral. A venda de roupas e acessórios é um mercado a ser explorado, assim como os serviços de automação bancária.

Brasil e Rússia assinarão um memorando de entendimentos na área espacial. O Brasil quer a tecnologia russa para desenvolver uma família de veículos lançadores de satélites (VLS) com combustíveis líquidos. Em troca, a Rússia poderia explorar junto com o País a Base de Alcântara (MA).

Pelo lado russo, o principal tema na agenda é o apoio do Brasil para seu ingresso na Organização Mundial do Comércio (OMC), o que não será nada difícil, já que o Brasil reconheceu deu à China essa condição, na semana passada. O governo brasileiro, por sua vez, busca o apoio da Rússia para uma vaga no Conselho de Segurança da ONU.

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