Vladimir Putin iniciou nesta terça-feira (05) a primeira visita oficial de um chefe de Estado russo à África do Sul prometendo fortalecer os laços econômicos e políticos e aumentar o nível de cooperação entre os dois países. Putin falou a jornalistas depois de se reunir com seu homólogo sul-africano, Thabo Mbeki, na Cidade do Cabo.
Acompanhado de um grande número de empresários, que buscam aumentar seus investimentos nos setores de diamante, mineração e metalurgia em solo sul-africano, Putin permanecerá na África do Sul até amanhã. Mbeki recebeu o líder russo no Parlamento com honras militares e escoltado por todo o seu gabinete. O líder sul-africano e Putin conversaram a portas fechadas depois da cerimônia de boas-vindas.
Nenhum dos dois presidentes falou em público sobre o programa nuclear iraniano ou a crise do Oriente Médio, mas Mbeki afirmou que a Rússia prometeu com a África do Sul quando Moscou assumir a presidência do Conselho de Segurança da ONU no próximo ano.
Grande parte do diálogo se concentrou em temas econômicos e empresariais. "O nível de cooperação econômica não corresponde com a confiança política que temos usufruído nos últimos anos", disse Putin, lembrando que o comércio entre a África do Sul e a Europa soma atualmente entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões ao ano, enquanto que as exportações sul-africana à Rússia não passam de US$ 130 milhões anuais.
Putin visitará também a Ilha Robben, onde o ex-presidente Nelson Mandela e outros líderes do movimento contra o apartheid permaneceram presos. A ex-União Soviética apoiou o movimento Congresso Nacional Africano quando este foi proscrito pelo governo branco. Mbeki recebeu treinamento militar na Rússia na década de 1970, assim como outros membros do governo.
Nos últimos anos, Moscou perdeu para a China muita influência na África. Em seu discurso à nação em maio, Putin prometeu que a Rússia trabalharia por melhores relações com a África.
