A edição recém-publicada da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), instituição subordinada ao ministro Roberto Mangabeira Unger e dirigida pelo economista Márcio Pochmann, trouxe nova dose de otimismo sobre o desempenho da economia brasileira no ano prestes a findar.
A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que o Ipea estimava em 4,5% para o mês de setembro, foi reajustada para 5,2%, tendo em vista a expansão dos níveis de consumo das famílias no terceiro trimestre (6%), e a formação bruta de capital fixo puxada pela evolução de 14,4% nos investimentos produtivos.
Para os técnicos responsáveis pelo acompanhamento da economia, há uma clara exposição de que a demanda continua crescendo mais que a oferta interna, mesmo com o aumento do ritmo da produção industrial.
A compensação dessa lacuna foi obtida mediante o crescimento natural das importações, cujo valor total do ano passará de US$ 116,4 bilhões para US$ 120,5 bilhões, derrubando o saldo da balança comercial (diferença entre exportação e importação) de US$ 42,7 bilhões para US$ 39,5 bilhões.
O Ipea prevê o crescimento anual do Produto Interno Bruto de 4,3%, situando-se dentro da margem de 4,5% admitida pela área econômica do governo. A perspectiva de crescimento em 2008 continua firme, não apenas da parte do governo, mas do próprio mercado, sempre atento à menor alteração na cadência das pulsações da economia.