O PT partirá para a ofensiva e reunirá, nesta sábado, em São Paulo, o diretório nacional, no último encontro deste ano, com a premissa de que é fundamental preparar o partido para o embate eleitoral de 2006.

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Dentro da estratégia montada pelos novos dirigentes, está a busca de aliados que tornem possível a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Temos de buscar aliados fortes e, apesar deste ser um debate que ainda não tem unidade, vamos abrir sérias conversações com o PMDB", afirmou o secretário de Mobilização da legenda, Francisco Campos.

Na avaliação de Campos, a sigla passou os últimos meses apenas se defendendo dos ataques dos adversários.

"É claro que as investigações devem continuar, mas os elementos novos que estão surgindo (como, por exemplo, a dívida da agremiação com a Companhia de Tecidos Norte de Minas e as declarações do ex-superintendente do Banco Rural Carlos Godinho de que os empréstimos para o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza eram de fachada) dizem respeito à gestão anterior do ex-tesoureiro Delúbio Soares. É ele quem tem de explicar", emendou, destacando que é preciso "virar a página e preparar a reeleição de Lula".

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Segundo o secretário de Mobilização do PT, é fundamental estabelecer nesta reunião do diretório as diretrizes que deverão nortear o partido em 2006. "Precisamos dar indicação de quais aliados queremos ao nosso lado", destacou. Além do PMDB e dos aliados tradicionais, como o PSB e o PC do B, Campos disse que a base aliada do governo Lula, que inclui o PTB e o PL, também não deve ser excluída da coligação presidencial de 2006.

"Precisamos criar uma dinâmica para entrar em 2006 com força total, virando a página, sem ser avestruz e saindo da situação defensiva." Campos disse que a agenda eleitoral de 2006 foi deflagrada pelas legendas de oposição, sobretudo o PSDB e o PFL.

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De acordo com ele, o PT não deve perder tempo e se preparar para este embate. "O PT não pode entrar desorganizado em 2006, pois enfrentaremos uma batalha duríssima nessas eleições", considerou.

Para Campos, o candidato natural da sigla é mesmo Lula e o programa de governo do pleito de 2006 deve ser trabalhado pela agremiação e os aliados, tendo como base, principalmente, a ética.

"Este programa não pode ser apenas do PT", destacou. Segundo o secretário de Mobilização, o partido começa a respirar e a "sair da corda" da crise, resgatando os princípios e valores que fizeram a história.

Apesar da tônica voltada para a sucessão de 2006, Campos lamentou a antecipação do processo sucessório, citando o prejuízo que este debate traz, por exemplo, para o andamento da pauta do Congresso.

Mas responsabilizou a oposição por este fato. "O PSDB e o PFL já estão se armando e sabem aonde querem chegar. Por isso, precisamos nos organizar", justificou. Além da conjuntura nacional, o diretório também debaterá outros temas, tais como a situação financeira e a organização do encontro nacional da legenda, que será realizado em abril, entre outros.

Um assunto que provoca discussões internas, que é a sucessão estadual, deverá ser decidido, na avaliação do secretário, após a definição dos elementos que fazem parte da sucessão presidencial, tais como as alianças partidárias.