O empresário e engenheiro elétrico Valdebran Padilha foi suspenso nesta segunda-feira (18) por 60 dias do PT, partido do qual é filiado desde agosto de 2004. Neste período, uma comissão do diretório de Cuiabá vai avaliar a sua conduta ética e deverá expulsá-lo. O petista foi preso na sexta-feira com o assessor da Presidência Gedimar Passos pela Polícia Federal (PF), em um hotel de São Paulo, após escuta telefônica. Ambos são suspeitos de tentar comprar de Paulo Roberto Dalcol Trevisan documentos que envolveriam os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin com a máfia das ambulâncias. "O PT reprova o procedimento dele, pois essa conduta é incompatível com o partido", disse o presidente do PT de Cuiabá, Jairo Pereira Rocha.

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Padilha, de 42 anos, foi assessor do deputado federal Carlos Abicalil (PT) e um dos coordenadores financeiros da campanha do então presidente do PT de Mato Grosso, Alexandre César, à prefeitura de Cuiabá. O engenheiro aparece na lista de doadores da campanha petista em Cuiabá como pessoa física com R$ 600 reais. Já sua empresa, a Saneng Saneamento e Construções Ltda., doou R$ 50 mil.

No início do governo Lula, Padilha foi indicado pela direção estadual do PT para ocupar o cargo de diretor econômico e financeiro da Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletronorte), estatal subordinada à Eletrobrás do Ministério das Minas e Energia.

A senadora Serys Slhessarenko impediu sua nomeação porque a direção do PT em Cuiabá não concordou com a indicação. Decepcionado com os petistas, Padilha se aproximou dos caciques regionais do PMDB, entre eles o ex-senador Carlos Bezerra, para conseguir sem sucesso a vaga na estatal.

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Padilha chegou a trabalhar como diretor-técnico da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e vinha atuando em projetos para captar recursos do governo federal para prefeituras de Mato Grosso. É considerado no meio empresarial como articulador de emendas parlamentares.