PT quer pelo menos 750 mil fiscais nas eleições

O PT pretende mobilizar um verdadeiro exército de militantes para fiscalizar o primeiro turno das eleições no próximo dia 6 de outubro: a expectativa é de arregimentar uma tropa de choque de, no mínimo, 750 mil fiscais em todo o país.

O coordenador nacional de fiscalização do partido, Joaquim Soriano, afirmou ontem que pretende ter pelo menos um fiscal dentro de cada uma das 350 mil seções eleitorais e outro do lado de fora. Segundo ele, o PT estará pronto para agir juridicamente diante de qualquer suspeita de fraude.

– Todo sistema é vulnerável, ainda mais no informatizado onde impera a vontade humana. Nossa preocupação maior é com o procedimento – disse.
Cuidadoso, Soriano em nenhum momento levantou suspeitas sobre o comportamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 De qualquer forma, o PT prepara-se para fazer uma auditoria paralela da apuração da eleição presidencial a partir da comparação do resultado dos boletins de urnas emitidos por pelo menos 12 mil seções  –  escolhidas por amostragem estatística nacional –  com a apuração parcial nos estados e mesmo em nível nacional.


Levando-se em conta que em cada seção votam em média cerca de 500 eleitores, os petistas acompanhariam de perto o voto de 5% do eleitorado brasileiro (seis milhões de eleitores). Os dados serão transmitidos para uma central de informática que o PT montará em São Paulo.
O partido também pretende fazer uma análise do ?log? de cada urna eletrônica, que permite verificar, por exemplo,  quantas vezes se tentou ligar o aparelho, a que horas a votação começou ou terminou. Com essa análise, o partido verificou na eleição passada, que o relógio de algumas urnas foram atrasados, levantando suspeitas de fraudes.
– Contratamos uma equipe de informática capacitada que poderá comparar os dados desta eleição com a passada, checando sobretudo as áreas onde foram detectadas irregularidades. Ao menor indício de fraude ou problema vamos acionar nosso departamento jurídico – afirmou Soriano.


Toda essa estrutura de fiscalização deverá consumir pelo menos R$ 250 mil. Soriano admite que essa é a primeira vez que o PT monta uma equipe de fiscalização com tal amplitude. Em 1989, o partido chegou a montar uma boa equipe, mas nas eleições seguintes os militantes desanimaram diante da perspectiva antecipada de vitória do presidente Fernando Henrique Cardoso. Desta vez, a expectativa é de que a situação seja muito diferente.
– Nossos militantes sempre participaram e este ano estão mais animados do que nunca – observou.
Um comitê interpartidário ainda permitirá que não só o PT, como todos os partidos, possam checar a correção do sistema das urnas eletrônicas na véspera da eleição. Serão escolhidas 389 urnas em todo o país.  Destas 52 – duas em cada estado – receberão votos predeterminados desse comitê interpartidário, que poderá verificar se o sistema funciona corretamente ou não.

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