PT quer Maluf apoiando Marta em São Paulo

São Paulo, 05 (AE) – Pela primeira vez desde que começou a polêmica em torno da adesão de Paulo Maluf (PP) à campanha da prefeita petista Marta Suplicy, o presidente do PT, José Genoino afirmou hoje: “Queremos que Maluf declare voto em Marta”, afirmou ele ao GRUPO ESTADO. O ex-prefeito, candidato derrotado do PP, Paulo Maluf, porém, não deve subir no palanque da prefeita. Em Brasília, as negociações estão sendo feitas através do deputado Delfim Netto (PP-SP).

O ex-prefeito reuniu hoje (05) dois dos quatro vereadores eleitos pelo PP na capital, alguns dos suplentes e antigos colaboradores em seu escritório político. Na conversa, Maluf deixou claro que não vai tomar qualquer rumo nesse segundo turno sem, no mínimo, garantir a inclusão de parte de suas propostas de campanha nos programas de governo remanescentes. O plano de 32 obras à cidade, a abertura de creches 24 horas e uma espécie de reforma tributária na cidade, que passa especialmente pela revisão das taxas estão no pacote de propostas que Maluf gostaria de negociar.

Na quinta-feira (07), deve ocorrer nova rodada de reuniões, mas o ex-prefeito não demonstra pressa para anunciar seu destino. Talvez na segunda-feira (11). Apenas depois de sentir-se realmente cortejado. Ou seja, gestos da prefeita Marta mirando apenas o eleitorado malufista, como discursos com ênfase para obras viárias ou à segurança, serão insuficientes.

Interlocutores do ex-prefeito já foram procurados por petistas e tucanos. Por enquanto, a maioria do grupo consultado por Maluf prefere a neutralidade. Delfim Netto é um dos principais defensores do apoio a Marta, ao lado do coordenador da campanha, Jesse Ribeiro. O deputado Antônio Salim Curiati e seu filho, Curiati Jr., candidato a vice na chapa malufista, recomendam a aliança com o PSDB. “A executiva nacional não vai interferir na decisão do candidato e do partido em São Paulo”, afirmou o presidente do PP, Pedro Corrêa (PE). De qualquer forma ele deve conversar com Maluf entre amanhã e quinta-feira. “Agora temos de agir com todo o cuidado, e ver o que é melhor para a população de São Paulo”, afirmou Ribeiro.

Integrantes do partido – comandado na capital pelo deputado Celso Russomanno, desafeto do ex-prefeito – querem evitar que a posição de Maluf no segundo turno seja interpretada pela opinião pública como resultado das denúncias de corrupção investigadas pelo Ministério Público Estadual ou pela CPI do Banestado. Durante a campanha, Maluf acusou José Serra (PSDB) de estar por trás das investigações do Ministério Público – o que os promotores e o candidato negam. De sua parte, tucanos acusaram Maluf e o PT de manterem um pacto de não-agressão. A resistência do relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP), em convocar o ex-prefeito a depor faria parte de tal acordo. Mentor o PT e o próprio Maluf rejeitam a denúncia.

Tucanos

Tudo o que os tucanos querem, embora não admitam publicamente, é o anúncio formal do apoio de Paulo Maluf à candidatura de Marta Suplicy. Desse modo, imaginam eles, Serra poderia buscar o apoio dos eleitores de Maluf sem arcar com o desgaste do seu apoio direto. Ao mesmo tempo, o deputado Edson Aparecido, presidente do PSDB municipal, mantém contato com os líderes do PP local, enquanto o vice de Serra, Gilberto Kassab (PFL), arregimenta apoios na área federal.

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