O candidato do PT ao governo paulista, senador Aloizio Mercadante, disse nesta sexta-feira (18) que "o homem público não tem que ter compromisso com o erro". Em entrevista ao telejornal SPTV da TV Globo, ele afirmou que o PT sempre foi um partido de ética na política. "O PT tem que se reencontrar com seus valores e é fundamental que isso esteja na pauta." Mercadante reconheceu que as denúncias contra seu partido são graves.

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O senador assegurou que o governo do presidente Lula vem combatendo a corrupção com muita firmeza. Citou como exemplo o caso do ex-chefe da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu, que acabou sendo cassado. Mas Mercadante não deixou escapar a oportunidade de comparar a atual administração federal com a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de criticar o governo Alckmin. "Nos últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso, a Polícia Federal prendeu 54 pessoas. Nos três primeiros anos do governo Lula, houve 2.971 prisões em todas as áreas. Investimos e formamos uma polícia que é referência de atitude republicana.

Indagado sobre eventuais problemas que poderá ter para aprovar seus projetos, Aloizio Mercadante lembrou que o PT nunca teve maioria no Senado e mesmo assim conseguiu aprovar todas as propostas, entre elas o Bolsa-Família, o ProUni, a reforma previdenciária e a lei das falências. E aposta no seu poder de argumentação. "Essas iniciativas ajudaram o País a voltar a crescer. Estamos com a menor inflação nos últimos 12 anos, o melhor salário mínimo nos últimos 20 anos, 11 milhões de famílias estão recebendo o Bolsa-Família, 240 mil pessoas têm acesso ao ProUni. Tudo isso foi feito sob a minha liderança do governo (no Senado), negociando com argumento, com critério e com propostas de interesse de toda a sociedade.

Referindo-se ao comentário do candidato tucano ao governo estadual, José Serra, de que o problema da educação em São Paulo é decorrente da migração, Mercadante disse que dados oficiais não mostram grande movimentos migratórios. "Primeiro, de 1999 a 2004, dados do PNAD demonstram que saíram de São Paulo mais de 55 mil pessoas. Portanto, não movimento migratório. Segundo, nós reduzimos no Estado, de 1997 a 2005, 1,6 milhão de vagas nas escolas estaduais. As municipais aumentaram 1 milhão. Portanto, houve uma redução de 600 mil vagas", disse. "Portanto, não houve nenhuma pressão por vagas que justificasse a queda no ensino. O problema é de gestão, foi falta de prioridade.

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Mercadante afirmou que planeja criar um sistema único de educação entre União, Estados e prefeituras para gerar os recursos de forma integrada e democrática. "Os Estados não podem cuidar só das escolas estaduais. Têm que também ajudar a viabilizar a qualidade de ensino nas escolas municipais. Não adianta transferir a responsabilidade para os prefeitos.

"Temos também que investir na formação dos professores. Um professor bem formado e melhor pago – porque ele não está sendo bem pago em São Paulo – é indispensável para a qualidade do ensino".

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O candidato petista recordou também a bem-sucedida parceria com o empresariado no setor de educação. Ele entende que é fundamental a criação de uma sociedade lucrativa. "A função da escola é ensinar, mas a parceria com os empresários tem boas experiências em São Paulo." O parlamentar elogiou os CEUs, criados na gestão de sua colega Marta Suplicy à frente da prefeitura paulistana, e acha que o projeto poderá vir a ser estendido para o ensino profissionalizante.