O governo e o PT promovem nos próximos dias uma ofensiva para eleger o candidato a presidente da Câmara Eduardo Greenhalgh (PT-SP) em primeiro turno. Todo o esforço é para evitar que a decisão fique para um segundo turno, causando desgastes à administração federal e desorganizando ainda mais o esquema de sustentação do Poder Executivo na Casa.
Pelo regimento interno, uma outra eleição será realizada em seguida, caso nenhum dos cinco candidatos obtiver apoio da maioria dos deputados votantes.
A eleição está marcada para segunda-feira e, até lá o Executivo e os aliados investirão em duas frentes. De um lado tentarão fechar a adesão das legendas governistas e da oposição em favor de Greenhalgh, agendando uma série de encontros políticos em Brasília.
Outra tarefa é intensificar o movimento junto ao candidato Virgílio Guimarães (PT-MG) para que ele desista de concorrer ao comando da Câmara como avulso.
A partir de hoje, com o retorno dos parlamentares à capital federal, essas articulações ganham fôlego. Apesar de ter o maior número de votos – calcula-se 220 fechados – entre os cinco candidatos, Greenhalgh ainda precisa eliminar resistências ao próprio nome identificadas na base aliada e na oposição.
Ele teve uma conversa com o líder do PSDB na Câmara, Custódio Matos (MG), e deverá contar com a maioria dos votos dos tucanos. Apesar de disputar o posto com o candidato José Carlos Aleluia (PFL-BA), o PFL está em conversações também com Greenhalgh, numa articulação comandada pelo grupo do prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que está, temporariamente, na presidência nacional da agremiação.
O PDT, outro partido de oposição, deve definir o rumo amanhã, em reunião da bancada. Além dessas negociações, um café da manhã está marcado para a sexta-feira na casa do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), com a presença de ministros e líderes governistas, para mais um balanço dos votos e montagem de um forte esquema de mobilização.
Uma das estratégias para evitar que a disputa seja definida em segundo turno seria até mesmo tentar esvaziar a sessão de segunda-feira, impedindo, assim, que os deputados que pretendem votar contra o candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara estejam em plenário.
Mas todos os passos ainda serão definidos pela coordenação da campanha de Greenhalgh. No domingo, véspera da eleição, muitos deputados estarão em Brasília e, na segunda-feira, muitas bancadas farão as reuniões para definir posição e acertar as indicações para os demais cargos da Mesa Diretora.
Além de Greenhalgh, Guimarães e Aleluia, os deputados Severino Cavalcanti (PP-PE) e Jair Bolsonaro (PFL- RJ) também concorrem ao posto máximo da Câmara, na mais disputada eleição dos últimos anos.
