O PT e o PMDB começaram nesta terça-feira (12) a costura política de um acordo entre as duas legendas em torno de uma candidatura única à sucessão da Câmara. Dirigentes dos dois partidos resolveram agir diante do avanço da candidatura do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que ganhou força depois que o Supremo Tribunal Federal derrubou as cláusulas de barreira que criavam obstáculos legais à reeleição do comunista.

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Foi o candidato do PT e líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), quem tomou a iniciativa do de buscar o entendimento. Convencido de que a briga entre petistas e peemedebistas pela cadeira de presidente também abre espaço à reeleição, Chinaglia procurou o presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP) e propôs um acordo, admitindo, inclusive, a possibilidade de retirar sua candidatura em favor de um peemedebista.

"Finalmente todos começam a perceber que este cenário de disputa e confusão só favorece a reeleição de Aldo Rebelo", comentou Temer depois da conversa com o petista. Segundo ele, Chinaglia fez questão de destacar que sua candidatura, lançada oficialmente na semana passada, foi colocada pelo PT, mas que não era essa a idéia discutida na reunião da bancada petista em que seu nome foi escolhido.

"Ele disse que, na nota tirada na reunião, a proposta era a de submeter a candidatura aos partidos da coalizão. Contou que o texto falava, inclusive, na construção de uma candidatura única da base", relatou Temer depois do encontro. A expectativa do peemedebista é de que o presidente em exercício do PT, Marco Aurélio Garcia, o procure para costurar oficialmente o entendimento. Na segunda-feira, Garcia já havia afirmado que a candidatura de Chinaglia não era irremovível.

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A nova bancada federal do PMDB tem reunião marcada para amanhã. Os deputados federais, inclusive os 32 recém-eleitos que só serão diplomados na semana que vem, foram convocados para definir o nome do candidato do partido à presidência da Câmara, mas a tendência é adiar a escolha em nome do entendimento. É o que defendem tanto o presidente do partido, como o líder Wilson Santiago (PB) e os dois deputados cogitados pela bancada como opções do PMDB na sucessão – Geddel Vieira Lima (BA) e Eunício Oliveira (CE).

O vice-líder do PMDB, deputado Henrique Alves (RN), avalia que a reunião do Conselho Político dos partidos aliados com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esta manhã é que vai "ditar" o rumo da reunião do PMDB no fim do dia. A expectativa é de que Lula aproveite a oportunidade para pedir aos presidentes de partidos aliados que se unam e evitem a disputa na Câmara.

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"Foi o PT que provocou o PMDB. O lançamento de Chinaglia atrapalhou muito", diz Alves, que também defende um acordo entre os governistas para evitar a disputa. "Mas para que isto ocorra, é preciso zerar o jogo, sem espertezas e sem candidato lançado", adverte o vice-líder. "Se for jogo de carta marcada, o PMDB não aceita e vai para disputa, seja para ganhar ou perder", arremata.