O PT de São Paulo foi o mais bem sucedido entre todas as seções estaduais do partido nas eleições para as Assembléias Legislativas. Entre os 147 deputados estaduais eleitos pelo partido em 6 de outubro, 63% a mais do que em 1998, 23 são paulistas. Esse não só é o maior número absoluto de cadeiras conquistadas pelo partido, como proporcionalmente também supera a marca nos Estados administrados pelo PT.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o PT elegeu 13 dos 55 deputados da Assembléia, o que representa 23,6%. Em Mato Grosso do Sul, conquistou 12,5% das vagas e, no Acre, 20,8%. Em São Paulo, os 23 petistas eleitos representam 24,5% dos 94 deputados da Assembléia.
O resultado é inédito, já que apesar de ter nascido em São Paulo, do movimento metalúrgico do final da década de 70, o PT nunca havia conquistado antes tamanha hegemonia no Estado. Em Minas Gerais e no Paraná, onde o PT sequer foi para o segundo turno, as bancadas do partido também são as maiores da Assembléia.
Outro resultado surpreendente foi obtido em Santa Catarina, onde o partido elegeu nove deputados, apenas um a menos do que o tradicional PPB do governador Esperidião Amin. Já no Sergipe, onde o petista José Eduardo Dutra disputa o segundo turno das eleições para o governo estadual, o PT só tem um dos 24 deputados estaduais eleitos.
Depois do PT, o partido que mais deputados estaduais elegeu neste ano foi o PSDB, com 138 – 41 a mais do que em 1994, mas 14 a menos do que em 1998. Além dos tucanos, PMDB, PFL, PPB, PTB e PDT também perderam espaço nas Assembléias em comparação com quatro anos atrás.
De todas as siglas, o caso mais evidente de declínio ocorre com o PPB, que chegou a ter 166 deputados eleitos em 1994, segunda maior marca daquela eleição, e hoje não passa de 93. O PMDB caiu do topo, em 1994, com 205 parlamentares, para 176 em 1998 e 134 em 2002.
Entre os partidos de esquerda, além do PT, a maioria adensou suas bancadas nestas eleições. O PPS de Ciro Gomes, por exemplo, dobrou sua participação nas Assembléias de 1998 para cá, enquanto o PSB cresceu 25%. O PL, novo aliado do PT em nível nacional, também cresceu de 44 para 61 deputados nos últimos quatro anos.