PT e governo prometeram "uma festa, não uma farra" na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1º de janeiro. Depois de três horas de reunião desta sexta-feira (08) entre partidos aliados e movimentos sociais para planejar as comemorações, os organizadores falaram em sobriedade e economia. Mas estão mobilizados pela levar entre 40 mil e 50 mil pessoas às ruas de Brasília. É menos da metade dos cerca de 110 mil admiradores que prestigiaram a primeira posse de Lula, em 2003. O PT vai pedir, ainda, ajuda aos partidos aliados para garantir "quórum" para a festa.
O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, e o deputado distrital petista Chico Vigilante, integrantes do comitê organizador, confirmaram que beneficiários de programas federais como o Bolsa-Família, o Luz para Todos e o microcrédito serão convidados a participar da posse, mas que os convites ficarão a cargo da Presidência. "Os beneficiados pelos programas do governo serão convidados e virão se quiserem", disse Vigilante. "Isso (o convite aos beneficiários) faz parte do ritual institucional, do governo e da equipe responsável pelo cerimonial. Os partidos não vão se envolver", afirmou Ferreira.
Para animar a festa, os petistas contam com shows de artistas como Geraldo Azevedo, Zezé di Camargo e Wanessa Camargo, em um palco a ser montado na Praça dos Três Poderes – tudo bem menos efusivo do que os quatro palcos montados na Esplanada dos Ministérios em 2003. Em vez de shows, os organizadores falam em "atividade cultural" e garantem que ninguém vai cobrar cachê. "Virão os artistas que se dispuserem a animar a população. Não é um show de calouros, serão pessoas de renome no Brasil", disse Vigilante.
Na próxima segunda-feira, uma "secretaria-executiva da posse" começará a trabalhar no prédio onde funcionou o comitê da campanha pela reeleição e que será a futura sede do PT em Brasília. Segundo Paulo Ferreira, o PMDB "e todos os partidos que se decidiram pela coalizão" serão chamados a integrar a comissão organizadora, somando-se ao PSB, PCdoB e PRB e a entidades como Central Única dos Trabalhadores, (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
"Queremos uma presença compatível com o significado da vitória. Vamos pensar em uma marca, algo como ‘estive na segunda posse do presidente Lula’. O conceito da posse é de economia, não vamos fazer uma festa que não tenha limites", afirmou Ferreira. "Não temos nenhum medo de esvaziamento. É uma festa, não uma farra. Será à altura do presidente Lula. O mínimo que a gente tem que fazer é divulgar para a população. Estamos convidando as pessoas que gostam do presidente. Os que não gostam não virão. O dia de a UDR (União Democrática Ruralista) se manifestar é outro", reforçou Vigilante. "Será absolutamente barato, um evento oficial, sóbrio", prometeu o assessor especial da Presidência da República Julio Hector Marin, representante do Planalto na reunião. Segundo Marin, o governo arcará com os gastos e a organização "da estrutura oficial do evento".
As atividades oficiais da posse começam às 15h30, quando o presidente Lula sairá do Palácio da Alvorada e irá para a Catedral Metropolitana de Brasília, de onde sairá em carro aberto – o Rolls Royce oficial _ para o Congresso Nacional. Depois de reempossado, Lula dará posse aos ministros, no Palácio do Planalto, e encerrará as solenidades com um discurso para a população, no parlatório do palácio. Depois do discurso, começarão os shows musicais.