O diretório mineiro do PT decidiu abrir investigação na Comissão de Ética do partido contra o deputado federal eleito Juvenil Alves. A investigação deverá ser concluída em 60 dias e a pena máxima prevista no estatuto é a expulsão.
O diretório também ratificou a suspensão temporária e preventiva de Alves, preso pela Polícia Federal (PF) e suspeito de ser o articulador de um esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com prejuízo estimado de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. As decisões do diretório foram tomadas no sábado, em encontro em Belo Horizonte.
De acordo com o vice-presidente do PT-MG e prefeito de Coronel.
Fabriciano, Chico Simões, a comissão irá apurar a conduta do deputado eleito e advogado tributarista como militante do partido. O presidente estadual do PT, Nilmário Miranda, garantiu que o direito de defesa do investigado não será cerceado.
Depois de cumprir prisão temporária, Alves voltou para a carceragem da sede da PF, na capital mineira, sob a acusação de que estaria coagindo testemunhas. A Justiça Federal expediu na semana passada mandados de prisão preventiva contra ele e outros oito advogados ligados ao seu escritório.
Na sexta-feira, o juiz-auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Rogério Medeiros de Lima, suspendeu a diplomação de Alves até a conclusão do processo de investigação. Com a diplomação, prevista para o próximo dia 18, ele passaria a ter direito a foro privilegiado. O juiz concedeu liminar à representação do Ministério Público Eleitoral (MPE), que apontou prática de caixa dois na campanha do deputado eleito.
A advogada Marina Pimenta, que representa o deputado eleito na ação eleitoral, apresentou a defesa ao TRE no sábado. Ela deveria entrar neste domingo com agravo regimental solicitando a suspensão da tutela antecipada que suspendeu liminarmente a diplomação.
Já a assessoria do deputado estadual reeleito Durval Ângelo(PT) confirmou que o TRE realiza também um pente-fino em sua prestação de contas, com base na representação do MPE. Durval fez "dobradinha" com Alves na última eleição e recebeu dele uma doação de R$ 15.319,18, em material de propaganda.
Conforme a assessoria do deputado estadual, a prestação de contas já havia recebido parecer favorável à aprovação da auditoria do TRE e do relator do tribunal. "Se teve caixa dois, quem fez foi o Juvenil", disse uma assessora de Durval.
Durante a campanha, Alves teria feito doações para outros petistas e dobradinha com candidatos de outros partidos, cujas prestações também estariam sendo reexaminadas.
Em sua estréia na política, Alves foi eleito deputado federal com 110.651 votos, a maior votação alcançada por um candidato do PT de Minas à Câmara. Alves declarou ter arrecadado R$ 415.420 00 e gastado R$ 415.242,95.