Com uma dívida geral de R$ 107 milhões, somando as contas dos diretórios federal, estadual e municipais, o PT está atrás de 4 mil filiados inadimplentes, na tentativa de diminuir o rombo financeiro até as eleições municipais do ano que vem. Os devedores estão sendo avisados por carta que, se não colaborarem terão cassado o direito de votarem e serem votados, no Terceiro Congresso Nacional do PT, em agosto. Na ocasião, os petistas vão definir rumos teóricos, mas também discutir a imagem do partido e as futuras eleições.
Depois de uma reunião com os tesoureiros dos diretórios estaduais, o secretário de Finanças do partido, Paulo Ferreira, fez, pela primeira vez, os cálculos da dívida total: Diretório Nacional deve R$ 50 milhões, os diretórios estaduais somam R$ 17 milhões e os diretórios municipais das capitais chegam a R$ 40 milhões.
Os 4 mil inadimplentes já identificados são funcionários do Executivo federal que deveriam fazer contribuições mensais ao Diretório Nacional, na proporção de 2% a 10% dos vencimentos, dependendo dos salários. Segundo Ferreira, desde janeiro de 2003 quando começou o governo Lula, esses devedores deixaram de contribuir com R$ 30 milhões. "Nas estatais, é um escândalo. Lá estão os maiores salários e é onde temos os menores índices de adesão. As desculpas são várias, mas a partir de agora eles vão ter que nos procurar para fazermos um plano de pagamento do que devem", diz o tesoureiro nacional do PT.