Depois de quase cinco horas de reunião, a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores decidiu, nesta terça-feira (16), que criará uma Comissão de Sindicância para investigar a atuação dos deputados federais são José Dirceu (SP), João Paulo Cunha (SP), Paulo Rocha (PA), Professor Luizinho (SP), João Magno (MG), José Mentor (SP) e Josias Gomes (BA).
Os sete deputados são acusados pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios de terem recebido dinheiro do suposto esquema coordenado pelo empresário Marcos Valério. Durante a reunião também foi aprovada resolução política esclarecendo a posição do partido sobre os principais temas enfrentados pela legenda durante a crise.
"A Executiva optou pela Comissão de Sindicância para arrolar dados e levar para ao Diretório Nacional. Inclusive com possibilidade do Diretório já tomar decisões sobre o assunto. E a resolução política mostra, de uma parte, a grande solidariedade do partido com o governo e uma proposta concreta também de transição para um modelo de desenvolvimento mais próximo da visão que elegeu o presidente Lula como presidente da República", explicou o presidente interino do PT, Tarso Genro.
A instalação de sindicância foi aprovada por unanimidade. Já a proposta da ala mais à esquerda do partido, que solicitava a abertura de processo disciplinar na Comissão de Ética Nacional contras os deputados e suspensão por 60 dias foi derrubada por nove votos contra; três a favor e uma abstenção. "Alguns companheiros queriam punições imediatas e remessa imediata para a Comissão de Ética. A decisão foi tomada por maioria significativa, que não reflete necessariamente a opinião do presidente, mas os encaminhamentos foram feitos de maneira concreta", disse Genro.
Questionado se a opção pela instalação de sindicância seria uma medida protelatória, Genro disse que o partido pediu mais pressa por parte da Comissão de Ética que está trabalhando no caso do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, para que um parecer seja emitido até o dia 03, quando o Diretório Nacional se reunirá e receberá as conclusões das comissões."Eu diria nem tão devagar que pareça provocação. Nem tão rápido que pareça covardia para se livrar das questões. Acho que foi uma decisão medida".