A Executiva Nacional do PT decidiu abrir processo de investigação contra os quatro filiados do partido que foram envolvidos na compra do dossiê Vedoin. Assim, passarão pelo Conselho de Ética do partido, podendo ser expulsos, o ex-secretário do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas; o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso; o ex-analista de Mídia e Risco da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jorge Lorenzetti; e o ex-coordenador de Comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda.
Na prática, entretanto, os dois últimos não deverão passar por nenhum processo, uma vez que já solicitaram a desfiliação do partido. Em nota, lida pelo novo presidente da legenda, Marco Aurélio Garcia, a Executiva Nacional disse que o partido, a militância e a direção foram "surpreendidos" com o envolvimento do grupo na compra do dossiê.
Além disso, ressaltou que os envolvidos não consultaram a direção do partido, nem a coordenação de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tampouco os candidatos da legenda, desrespeitando normas básicas de convivência partidária. "O episódio do dossiê serviu de pretexto para, na reta final do primeiro turno, ter curso uma campanha articulada entre a oposição de direita e setores da mídia. Esta campanha ocultou os vínculos entre cúpula tucana e a quadrilha dos sanguessugas, dando destaque apenas para a negociação do dossiê", acusa a nota.
No mesmo documento a Executiva Nacional repudia a atitude dos envolvidos e diz considerar "um equívoco substituir a disputa de projetos por esse tipo de prática".