O PSOL se reunirá amanhã para decidir se vai ou não apresentar ao Conselho de Ética um pedido de cassação do mandato do presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter parte de suas despesas pessoais custeadas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. A reunião terá a presença da presidente do partido, ex-senadora Heloísa Helena (AL).
"Vamos analisar detidamente o conjunto de denúncias, que continuam sérias. As explicações (de Renan) foram muito insignificantes para a gravidade das denúncias", afirmou o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ). O líder reafirmou que a preocupação do partido não é com os relacionamentos pessoais de Renan, mas com a relação político-privada do presidente do Senado.
Alencar avalia que Renan, no discurso em que apresentou sua defesa, não tocou, por exemplo, na questão da empreiteira Gautama, empresa pivô da Operação Navalha. "Foi um esclarecimento com o foco que lhe interessava e, no final, houve um clima de confraria (entre os senadores) com o qual o PSOL não compartilha", disse Alencar. O líder ressaltou ainda que Renan escolheu uma instância fechada para fazer o seu discurso e não deu entrevista coletiva, que permitiria que ele fosse questionado.