PSDB reage a críticas do PFL contra Alckmin

Brasília – As críticas do vice-presidente nacional do PFL, senador José Jorge (PE), à cúpula do PSDB e à conduta do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em sua ofensiva para se tornar candidato do partido à presidência da República, geraram protestos entre os tucanos. Simpático à candidatura de Alckmin, o vice-líder do PSDB, deputado Affonso Camargo (PR), acusa a cúpula pefelista de ter má vontade com o governador porque o projeto de poder do PFL é outro: eleger o prefeito da capital José Serra.

O tucano está convencido de que a gritaria de pefelistas contra a movimentação do governador para firmar sua candidatura presidencial decorre de um problema de calendário entre os dois partidos. "Nossa data de referência é a eleição, em 1º de outubro, mas a deles é 1º de abril, quando o PFL espera assumir a prefeitura de São Paulo, com a candidatura presidencial de Serra", diz Affonso Camargo.

"O José Jorge foi injusto com o Alckmin quando disse que ele está usando as armas de que dispõe e criando dificuldade para o Serra porque está em fim de mandato", reclama o deputado tucano. Ex-pefelista que ainda tem proximidade com dirigentes de sua antiga sigla, Camargo diz que seu antigo companheiro errou na crítica por duas razões. Primeiro porque, a seu ver, um governador em fim de mandato não tem "arma nenhuma". Depois, acrescenta, "Alckmin está apenas exercendo o primeiro direito de todo político, que é o direito de querer ser candidato".

Inconformado com a atuação de "serristas fanáticos" que insistem em lançar o prefeito paulista na corrida presidencial, Camargo enviou uma carta ao triunvirato do PSDB que está encarregado de conduzir o processo de escolha do candidato. Nas três correspondências idênticas, remetidas ao presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE), ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ele defendeu a tese de que a candidatura Serra é um erro que pode significar um desastre eleitoral para todo o PSDB.

Ministro dos Transportes do governo José Sarney, Camargo fez questão de lembrar na carta que de há muito conhece o preparo técnico de Serra, tanto que, em 1985, foi ele quem indicara o atual prefeito para coordenar a elaboração do programa de governo de Tancredo Neves. Agora, no entanto, prossegue Camargo, Serra deve cumprir o compromisso assumido. É hora de se manter na prefeitura para não levar o "carimbo de mentiroso", e acabar contaminando a imagem de todos os candidatos do PSDB nas eleições gerais de outubro. "O Serra já podia ter detectado que não há unanimidade em seu favor no PSDB e ter desistido da candidatura", encerra o deputado.

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