PSDB quer que Ministério Público reforce investigação da Secom

O PSDB pretende ir a fundo e cobrar esclarecimentos sobre os contratos de R$ 11 milhões feitos pela Secretaria de Comunicação (Secom), ligada à Presidência da República, para a produção de cartilhas com ações do governo federal distribuídas pelo PT. O presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), anunciou nesta quarta-feira (13) duas providências: pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que torne pública a documentação sobre a prestação de contas da Secom e acionar o Ministério Público para reforçar as investigações.

"Isso é muito sério e nada está claro. Temos que abrir esta documentação, que é pública", afirmou o senador. Ele repetiu que o processo em análise no TCU pode ser base para um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso fique comprovado o desvio de recursos públicos. "Seria superfaturamento direto da Secom, vinculada à Presidência da República. Não tem intermediários, não tem Marcos Valério, não tem José Dirceu nem Delúbio Soares", continuou o tucano, citando os principais responsáveis pelo esquema do valerioduto.

Mesmo sabendo que dificilmente conseguirá esclarecimentos antes das eleições, Tasso Jereissati afirmou que o PSDB vai insistir nas investigações independentemente do resultado eleitoral. Segundo ele, a intenção do PT agora é justamente desviar o assunto e dizer que é uma disputa política. "Aí eles (o PT e o governo) dizem que é uma disputa e tudo entra nesta geléia geral." Em nota, Ricardo Berzoini estranhou que a notícia sobre o processo da Secom no TCU tenha sido divulgada em "plena campanha eleitoral" e de forma "precipitada e distorcida".

A oposição ficou ainda mais desconfiada com o fato de Berzoini ter admitido que o PT recebeu 929.940 exemplares das cartilhas com as realizações do governo e que teria distribuído as publicações aos diretórios e militantes. Os tucanos alegam que a Secom estaria beneficiando o partido do governo com material produzido com recursos públicos, quebrando uma norma legal – ou seja, estaria praticando crime. Segundo Tasso Jereissati, o presidente do PT assumiu que recebeu as cartilhas como "desculpa para tornar o crime menor e encobrir um maior". "Deve ter algo muito mais grave que o PT quer esconder. Eles preferem assumir um crime menor para esconder um maior", insistiu o senador.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo