Depois das eleições municipais de 3 de outubro, o PSDB vai adotar medidas para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devolva aos cofres públicos os recursos gastos pelo seu deslocamento para fazer campanha eleitoral para os candidatos do PT a prefeito. Segundo o líder em exercício do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman, o partido pretende levantar todos os “atos ilegais” do presidente Lula com intuito de fazer campanha para petistas e, só então, decidir que medida irá adotar.
“A idéia é juntar todos os atos do presidente que apontam para o uso da máquina pública, como a ida dele a São Paulo para fazer campanha para a Marta Suplicy, e tomar medidas, que ainda não sabemos quais serão”, afirmou Goldman. “O fato é que o presidente Lula terá de responder sobre esses gastos”, completou o tucano.
Ele está certo de que Lula não devolverá espontaneamente o dinheiro gasto para arcar com suas despesas e de seu staff a São Paulo. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo publicou hoje (22), a viagem de Lula, no sábado passado a São Paulo, custou pelo menos R$ 50 mil e foram mobilizadas, no mínimo, 60 pessoas. “O presidente não vai devolver o dinheiro porque seria uma confissão de culpa e eles não vão confessar a culpa. Agora, ele vai ter de responder isso no foro adequado, que ainda não sabemos qual será”, argumentou Goldman.
Para o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), o PT já fez um mea culpa, quando o presidente nacional do partido, José Genoino, afirmou que o presidente Lula não vai participar mais da campanha de primeiro turno de candidatos petistas a prefeito. “Acho que junto com declaração de Genoino, o PT deveria devolver o dinheiro gasto com a viagem do presidente a São Paulo. Se eles quisessem ser corretos e justos deveriam devolver o dinheiro público gasto em atos explícitos de campanha eleitoral, como foi o caso da viagem a São Paulo”, disse Agripino Maia.
Nos cálculos de R$ 50 mil de gastos com a viagem de Lula a São Paulo estão computadas as horas de vôo e as diárias de hotel e dos funcionários que acompanharam o presidente. Não foram incluídas as despesas de aluguel de carro e telefones celulares, entre outras. Entre as 60 pessoas da comitiva presidencial, cerca de 40 estavam no chamado “escalão avançado”, que faz o reconhecimento dos locais onde o presidente estará e prepara a sua chegada.
O Planalto tentou minimizar a polêmica sobre os gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à São Paulo, para a inauguração dos cinco quilômetros da primeira etapa da obra de prolongamento da Radial Leste. O Palácio não conforma se foram de pelo menos R$ 50 mil reais os gastos com viagens, conforme o jornal O Estado de S. Paulo apurou, sob a alegação de que os dados são encaminhados ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Consultada sobre os gastos, a assessoria de imprensa do Planalto respondeu: “a viagem presidencial para Mauá e São Paulo não difere de outras viagens presidenciais, tanto do ponto de vista de sua logística, quanto de gastos”. O Planalto acrescentou ainda que “os valores são apresentados anualmente ao Tribunal de Contas da União”.
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