PSDB faz convenção nacional ao lado do PFL, PPS, PDT e PP

Brasília (AE) – Sob o comando do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB realizou hoje a convenção nacional, em Brasília, ao lado dos partidos que formam o embrião da aliança que disputará a sucessão presidencial em oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além dos tucanos, participaram da festa dirigentes do PFL, PPS, PDT e PP – legenda hoje, formalmente, na base de apoio do governo.

"Eu já ganhei de Lula duas vezes, e por maioria absoluta de votos", disse Fernando Henrique, no discurso. "Queremos que ele seja candidato outra vez para derrotá-lo. Vocês se lembram de como era o Brasil da inflação? Pois eles (os petistas) votaram contra o real que acabou com a inflação."

Ele afirmou ainda que o PSDB não tem a "arrogância" de achar que vencerá a eleição sozinho: "Sabemos que há momentos em que a sociedade encontra o rumo. Hoje, estão aqui o PFL, o PPS, o PP e o PDT. Estamos unidos, todos os que querem mudar o Brasil. Juntos, queremos mudar o Brasil. Vamos escolher quem vai representar o conjunto das forças que vão eleger o próximo presidente da República. Vamos fazê-lo com competência. Estamos unidos."

Do PFL, compareceu o presidente nacional da sigla, senador Jorge Bornhausen (SC), o líder da agremiação no Senado, José Agripino Maia (RN), o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PB), e os senadores Antonio Carlos Magalhães (BA), César Borges (BA) e Rodolpho Tourinho (BA); do PPS, o deputado Raul Jungmann (PE); do PDT, o senador Osmar Dias (PR), e do PP, o presidente nacional, Pedro Corrêa (PE), e o deputado Ricardo Barros (PR). A senadora Patrícia Saboya (PSB-CE) também compareceu. Mas a presença de Patrícia não significa adesão às oposições e sim amizade ao novo presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Ela é da ala que dá apoio à gestão Lula.

Por enquanto, o partido tem quatro candidatos a disputar a sucessão do presidente. Deles, dois – o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, José Serra – são os favoritos. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também trabalha para ser o candidato e, hoje, FHC acrescentou mais um na lista, o próprio Jereissati. "Nós estamos muito bem no jogo. Temos várias opções. Uma está aqui ao meu lado", disse o ex-presidente, enquanto apontava para ele.

Jereissati disse que trabalha para consolidar uma chapa única de oposição ao PT. "Nós já estamos em fase bem adiantada de conversações com o PFL e com o PDT. Estamos chamando o PPS para as negociações", disse. A aproximação do PPS com o PSDB dura mais de dois anos. Em 2003, o PPS fez um seminário em conjunto com os tucanos, no Rio, quando ainda era parte da base de apoio de Lula. Em 2006, a ala comandada pelo presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), rompeu com ele e forçou a saída da base governista, que tinha o comando do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes.

A ligação política entre PSDB e PFL é histórica. Foi montada em 1994, para a primeira eleição do ex-presidente. Manteve-se na segunda eleição, em 1998, sempre com o senador Marco Maciel (PE) na condição de vice-presidente. A parceria só foi rompida em fevereiro de 2002, quando a direção do PFL acusou o então Serra de sabotar a senadora Roseana Sarney (MA). Por essa causa, a legenda rompeu, formalmente, com o governo de FHC e todos os ministros entregaram os cargos.

Uma ação da Polícia Federal (PF) na Lunus, empresa de Roseana e do marido dela, Jorge Murad, descobriu um pacote de R$ 1,34 milhão, em cédulas de 50 reais, sem origem conhecida. A sigla acusou o prefeito de São Paulo de estar por trás da operação que, na opinião da agremiação, teria como objetivo apenas tirar a senadora do PFL do Maranhão da disputa pela Presidência da República. Realmente, conseguiu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo