A primeira reação do PSDB à mudança de critério na escolha dos candidatos presidenciais do partido foi favorável. Muitos parlamentares tucanos ouvidos ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo apoiaram a idéia do senador Tasso Jereissati, presidente do PSDB, que apresentará à deliberação da Executiva do partido no segundo semestre um projeto estabelecendo prévias para escolher os candidatos presidenciais tucanos a partir de 2010.
?Precisamos formar nossas candidaturas por um novo processo. Em 2002 e 2006 nós fracassamos e as nossas candidaturas tiveram uma taxa de solidariedade interna baixíssima?, constatou o senador Sérgio Guerra (PE), ex-coordenador da candidatura Geraldo Alckmin. ?Desse jeito, não vamos ganhar uma eleição presidencial nunca?, disse ele, aplaudindo a iniciativa de Tasso. ?Quanto mais abrirmos a decisão, melhor.
O futuro líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP) disse que é favorável à escolha do candidato em eleições primárias, mediante o voto de eleitores simpáticos ao partido. ?A escolha do candidato não pode depender da opinião de dois ou três iluminados?, afirmou.
O deputado Paulo Renato (SP) lembrou que após a redemocratização foi gradualmente reduzido o papel da militância nos partidos brasileiros. ?Isso é péssimo, porque os mecanismos de decisão dos partidos devem espelhar o pensamento do eleitorado?, afirmou ele, que é ?amplamente favorável? a um sistema de consultas abertas.
O presidente da Fundação Teotônio Vilela, deputado Sebastião Madeira (MA), reconheceu que a escolha do candidato em 2006 ?foi muito confusa? e provocou ?pressões de toda ordem?. Eleito pela primeira vez, o deputado Roberto Rocha (MA) aprovou o diagnóstico de Tasso e cobrou que o partido renove a sua direção em 2007, contemplando as forças que nasceram da última eleição. ?O PSDB precisa deixar de ser paulista?, disse, lembrando que o PSDB maranhense dobrou sua bancada federal em 2006.
O deputado Albano Franco (SE) aderiu: ?Quanto mais ouvir as bases, melhor.? O deputado Xico Graziano (SP), que não vai tomar posse porque é secretário do governo paulista, afirmou que o PSDB tem discutido pouco suas idéias e práticas. ?Antes de discutir critérios de decisão, o partido precisa ter um comando? defendeu.