O PSB e o PCdoB decidiram formar um bloco parlamentar para atuar na Câmara que trará reflexos diretos na sucessão da Mesa Diretora da Casa. A criação do bloco poderá anular o acordo do PT com o PL que permitiu o apoio da sigla ao candidato petista Arlindo Chinaglia (SP) na disputa pela presidência da Casa. O bloco somará 40 deputados e passará a ter direito a escolha de uma vaga de titular na Mesa Diretora. Pela ordem de preferência, o bloco PSB/PCdoB poderá ficar com a quarta secretaria, a vaga prometida pelo PT ao PL.

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O regimento estabelece que a escolha das sete vagas de titular e as quatro suplências é feita pelos partidos de acordo com o tamanho das bancadas. O PT, segundo maior partido, poderia fazer a segunda e a sétima escolha. Com a formação do bloco, no entanto, lhe restará a oitava escolha, ou seja, uma suplência para negociar com o PL. Na segunda-feira passada, quando a bancada do PL anunciou o apoio a Chinaglia, o deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE) revelou que o PT cederia a quarta secretaria ao seu partido.

"Isso não é uma reação a Chinaglia. O bloco favorece aos dois partidos, que poderão ter um membro efetivo da Mesa e a presidência de duas comissões temáticas permanentes", afirmou o deputado e senador eleito Renato Casagrande (PSB-ES). "Além disso, é também uma demonstração de que, na política, quando se mexe de um lado, mexe-se do outro. Não somos apenas pedras, mas também dedos que movem as pedras", completou o deputado. O PSB e o PCdoB são os dois partidos da base que sustentam a candidatura de Aldo Rebelo, além do PFL, de oposição.

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou que a formação de um bloco já era o objetivo dos partidos há mais tempo. "É uma forma de termos participação em comissão e ter presença maior na Mesa da Câmara", afirmou Rabelo. Para ter efeito na distribuição dos cargos da Mesa e das presidências de comissões permanentes, os blocos parlamentares terão de ser formalizados na Secretaria da Mesa da Câmara até o dia 31 de janeiro.

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