A presidente do Provopar Ação Social, Lúcia Arruda, entregou nesta sexta-feira (04) o termo de posse de uma área de 1.100 metros quadrados para a Cooperativa de Coleta e Reciclagem de Resíduos Sólidos da Ilha Valadares, em Paranaguá. A solenidade de entrega teve início às 15 horas, na cabeceira da ponte que dá acesso à ilha, onde a presidente do Provopar repassou aos cooperados vários jalecos e dez carrinhos padronizados para a coleta de resíduos, doados pelo IAP ? Instituto Ambiental do Paraná.
?A entrega dos carrinhos representa a possibilidade dos catadores melhorarem suas vidas, porque vai acabar com a exploração deles. Até hoje, os trabalhadores eram obrigados a alugar carrinhos e a vender o material recolhido para a pessoa que os alugava, que pagava preços muito abaixo do mercado pelos materiais reciclados?, afirmou Lúcia.
Ela citou, como exemplo, o preço pago pelo atravessador pelo quilo das garrafas de refrigerante tipo PET era de R$ 0,25, quando o peço do material prensado no mercado é de pelo menos R$ 1,00. ?Agora, os catadores terão a oportunidade de ganhar mais pelo seu trabalho e isso vai significar uma vida melhor para suas famílias?, garantiu.
Lúcia Arruda anunciou ainda a liberação de recursos para a construção da sede própria da cooperativa. O barracão terá 250 metros quadrados e está orçado em aproximadamente R$ 50 mil. O custo total do projeto para a implantação da cooperativa é de R$ 90 mil, pois está prevista a compra de equipamentos, o trâmite da documentação e os cursos de capacitação para os cooperados.
Explorados ? Cansados de ser explorados pelos atravessadores, dezenas de catadores de papel da Ilha de Valadares buscaram a ajuda do Provopar Ação Social, que propôs a implantação da cooperativa. Depois de passarem pelo curso de cooperativismo, ministrado por técnicos e voluntários do Provopar, eles constituíram a cooperativa, através da qual esperam conseguir melhores preços pelo papel e resíduos. Vinte trabalhadores integram a cooperativa nessa primeira fase e outras 40 estão na fila para se integrar ao cooperativismo.
Gacini Mai, líder da cooperativa, explicou que com a desativação do lixão que antes funcionava na Ilha de Valadares muito trabalhadores passaram a catar o material reciclado nas ruas. ?O trabalho nas ruas rendia pouco, porque estavam nos explorando demais. Agora vamos ganhar mais pelo nosso esforço, porque com a ajuda do Provopar estamos dando um basta nos atravessadores?, desabafou.
O catador Milton Pinheiro, 55 anos, explicou que pelo menos 14 famílias trabalhavam no lixão na Ilha de Valadares. ?Estamos muito confiantes na cooperativa. Acho que vai dar pra aumentar a renda e lucrar pelo menos R$ 40,00 por dia. E isso vai melhor muito nossa vida, com mais comida na mesa e mais dignidade para todos?, afirmou.