Protesto de agentes suspende visitas a presos em São Paulo

Agentes penitenciários suspenderam as visitas a presos hoje em parte dos presídios do Estado para protestar contra a morte de Paulo Gilberto dos Santos, de 54 anos, assassinado ontem em São Paulo. Foi o quinto agente morto em dez dias. A greve atingiu principalmente as penitenciárias do Oeste paulista e da região de Ribeirão Preto. O Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp) estima que a suspensão atingiu 35 unidades.

Houve reação na Penitenciária II, de Presidente Venceslau, onde estão 415 detentos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). "Os presos ficaram revoltados, mas não chegaram a quebrar nada", confirmou um agente. Segundo ele, os detentos consideraram a suspensão das visitas uma "declaração de guerra" e intensificaram as ameaças. "Eles dizem que vão continuar matando e que nós vamos ser os próximos alvos.

Na Penitenciária I, impedidos de entrar, os familiares tentaram contato com os presos a partir de um terreno elevado, atrás do presídio. "Eles estão na tranca e tem muitos presos doentes. Não recebem remédio, nem enfermeira", reclamou a mãe de um detento. "Tem um preso vomitando sangue lá dentro." A direção do presídio informou que os detentos estão recebendo alimentação e atendimento médico. "Eles são chorões, quebraram tudo e agora querem tratamento VIP", disse um agente que não se identificou.

No complexo penitenciário de Presidente Bernardes, onde está preso o líder do PCC, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, o fluxo de visitas estava normal apenas na Penitenciária 1. Marcola e outros 129 presos que estão em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) continuam sem o direito de receber visitas. O "castigo" deixou o clima tenso na unidade. "Embora eles estejam bem trancados, o agente não entra sozinho ali", contou um funcionário. "Eles xingam e ameaçam pra valer.

As penitenciárias de Dracena e Presidente Prudente também suspenderam as visitas. Poucos familiares foram às unidades, porque tinham sido avisados. Em Prudente, além do protesto, os agentes alegam falta de segurança. Os presos estão confinados em um pavilhão, enquanto o outro, interditado após uma rebelião, ainda tem restos da destruição.

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