A cidade de Altamira, no sudoeste do Pará, parou hoje para protestar contra a violência sexual praticada contra meninas e adolescentes pobres do município por dez empresários, comerciantes e um vereador. Eles tiveram prisão decretada, mas continuam foragidos. Duas mil pessoas, em passeata, percorreram as ruas e encerraram a manifestação em frente ao prédio da Câmara Municipal, cercado pela polícia para evitar invasão.
Elas cobraram empenho da polícia e celeridade no processo contra os acusados, pessoas de grande poder econômico e político na região, cortada pela rodovia Transamazônica. Uma carta foi entregue pelos manifestantes aos representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, repudiando as orgias sexuais, feitas em motéis e chácaras pelos acusados, com meninas de 12 anos a 17 anos.
O vereador Renato Martins, primeiro a fugir de Altamira depois de renunciar ao mandato e ter a prisão decretada pela Justiça, comandava as orgias com as crianças, apanhando-as na porta de escolas. Os abusos sexuais eram regados à bebida e havia sessões de fotografias das meninas nuas.
Com faixas e cartazes pedindo para que os crimes de atentado violento ao pudor e exploração sexual de menores não fiquem impunes, líderes do movimento também cobraram da polícia uma investigação séria sobre a morte, há 40 dias, de uma garota de 13 anos. O caso está parado sem nenhuma explicação convincente da polícia. A menina foi estuprada e morta por asfixia.