Duas semanas após a chacina que vitimou 29 pessoas na Baixada Fluminense, o
centro do Rio foi palco de um grande protesto contra a violência, que envolveu
organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), entidades
estudantis e moradores de favelas da cidade. No manifestação, que fechou a
Avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro da cidade, o pedido era um
só: o fim da violência promovida pela Polícia e pelas elites.
Coordenadora da organização não-governamental (ONG) Rede de Comunidades
e Movimentos Contra a Violência, Isabel Cristina Martins perdeu um irmão há 18
anos, vítima da violência policial. "Se a gente não estiver lutando contra a
violência do Estado e das elites na cidade e no campo, vamos continuar vivendo
num estado de guerra, onde um tem todas as chances e o outro só tem que esperar
a hora da morte", disse Isabel Cristina, moradora da comunidade de Manguinhos,
na zona norte do Rio.