Membros de comitês cívicos e trabalhadores desempregados da Bolívia bloquearam hoje o tráfego de veículos na fronteira com Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Eles são parte dos 900 empregados da empresa brasileira EBX, que foi expulsa do país no início deste ano, e outras dezenas esperavam emprego. A siderúrgica empregaria 2.500 pessoas a partir da inauguração do primeiro forno. Os manifestantes armaram barricadas sobre uma pequena ponte.

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O presidente dos comitês cívicos de Puerto Quijarro, Antonio Tudela, a presidente do Comitê Feminino de Arroyo Concepción, Esperanza Padilha, e o de Puerto, Suarez Edil Gericke, prometem manter o bloqueio por 24 horas consecutivas. Esperanza afirmou que o presidente boliviano, Evo Morales, prometeu trabalho para os desempregados da EBX e não cumpriu. "Estamos cansados de assistir de braços cruzados à forma com que os moradores deste lado do país vem sendo tratados pelo Presidente Evo Morales."

Para Antônio Tudela, a vocação da região que faz fronteira com Mato Grosso do Sul é a siderurgia. Ele explicou que Morales prometeu uma nova fábrica, substituindo a EBX, mas até agora nada foi feito nesse sentido. Segundo afirmou, caso o presidente boliviano não se manifeste, o movimento será por tempo indeterminado.

O único caminho aberto na divisa para o trânsito automobilístico é chamada "estrada cabriteira", utilizada por ladrões de carros e narcotraficantes. Desde a manhã de hoje, quem passa pela estrada, feita no meio da mata, é obrigado a pagar pedágio. A cobrança está sendo feita por grupos de sem-teto que invadiram há um mês uma área de seis hectares, propriedade do ex-ministro boliviano Cláudio Mansilha, do governo Hugo Bánzer.

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Famílias de assentados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), moradoras do Assentamento Taquaral, são usuárias habituais desse caminho alternativo. Elas também estão pagando pedágio, que varia de R$ 1,00 a R$ 5,00.