Depois de fechar as fronteiras com o Uruguai e a Bolívia, como forma de protesto, os argentinos agora decidiram fechar a fronteira com o Brasil. Comerciantes, taxistas e moradores da cidade de Puerto Iguazú, na Província de Misiones, bloquearam o trânsito na ponte internacional Tancredo Neves, que une a Argentina e o Brasil, para protestar contra o aumento da taxa de imigração, o preço diferenciado do combustível e a taxa alfandegária para o transporte, medidas adotas pelo governo de Néstor Kirchner e que têm provocado polêmica com todos os vizinhos.
"Permanecemos interrompendo a ponte à espera de uma resposta por parte do governo nacional. Até agora, não há novidades, segundo nos comunicou o prefeito", disse Evaristo Barroso, comerciante de Puerto Iguazú, que está desde ontem no lugar do bloqueio. Segundo ele, "durante toda a noite permanecemos com a interrupção do trânsito com uns 200 vizinhos parados a 100 metros da aduana argentina." Ele disse que o movimento conta ainda "com a adesão dos taxistas brasileiros que também são afetados pelas medidas implementadas por Buenos Aires.
Ontem, até o prefeito de Puerto Iguazú, Claudio Filippa, e seu diretor de Turismo, Rubén de Dios Peralta, participaram da mobilização, impulsionada pela Câmara de Comércio e a Secretaria Municipal de Turismo da cidade. Peralta explicou à agência de notícias Télam, da Argentina, que "os brasileiros vêm à Iguazú por causa da moeda competitiva." Eles "comem na zona da fronteira e realizam compras, ao mesmo tempo que desfrutam das Cataratas, mas isso está sendo prejudicado desde há 20 dias, quando as medidas entraram em vigor", afirmou.
O Ministério do Interior subiu para cinco pesos (US$ 1,612) a taxa de imigração para a zona fronteiriça, enquanto que a Secretaria de Energia impôs um preço diferenciado para os combustíveis vendidos aos motoristas com automóveis de placa estrangeira. As informações são do Ámbito Financiero.
