Rio (AE) – Representantes das comissões de saúde da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e da Câmara de Vereadores do Rio estiveram hoje pela manhã nos hospitais Miguel Couto (municipal), no Leblon, e Albert Schweitzer, em Realengo, para colher informações sobre o técnico em enfermagem Abraão José Bueno. Ele é acusado de aplicar sedativos em crianças do Instituto de Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG), da UFRJ, e provocar paradas respiratórias. A prisão temporária de Bueno, que trabalhava também nas duas unidades, foi prorrogada por mais 30 dias.

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Os parlamentares foram aos hospitais em busca de informações da ficha funcional do suspeito. De acordo com o deputado estadual Paulo Pinheiro (PPS), nenhuma anormalidade foi encontrada na ficha do técnico em enfermagem no Miguel Couto. "Ele fez concurso, foi admitido em 2001. Não havia qualquer irregularidade registrada", contou Pinheiro. O vereador Carlos Eduardo (PPS) pediu ao hospital cópias dos prontuários referentes às mortes ocorridas no CTI pediátrico da unidade nos últimos três anos para verificar se Bueno pode ter provocado alguma delas.

No IPPMG, há a suspeita de que pelo menos 15 crianças sofreram parada respiratória ou sensação de torpor depois de receber medicamentos do técnico em enfermagem, mas nenhum caso de morte está diretamente ligado à atuação dele.

Apuração – Hoje o delegado federal Ronaldo Menezes, que apura o caso, ouviu o depoimento de uma médica do IPPMG sobre a atuação de Bueno e a investigação interna que o identificou. No final da tarde o delegado se reuniu na Polícia Federal com representantes dos outros dois hospitais onde Bueno trabalhava para acertar como eles podem colaborar com a investigação. A Comissão de Saúde da Alerj deve promover na próxima segunda-feira uma audiência pública para discutir a criação de normas para avaliar periodicamente as condições psicológicas de funcionários de hospitais.

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