Proprietária nega conhecer esquema de sonegação, diz procurador

A empresária Eliana Maria Piva de Albuquerque Tranchesi negou, em depoimento prestado na sede da Polícia Federal em São Paulo, que conhecia um suposto esquema de sonegação fiscal e subfaturamento de importações da qual a direção da Daslu é acusada e que motivou hoje a deflagração da Operação Narciso, uma devassa nas atividades da empresa. Realizada pela PF, Secretaria da Receita Federal e Ministério Público Federal, a operação culminou com a prisão de Eliana, de seu irmão Antonio Carlos Piva de Albuquerque e do contador Celso de Lima. "Ela disse que não sabia de nada, pois sua atuação na Daslu, basicamente, se restringia a questões associadas com marketing", informou o procurador da República, Mateus Baraldi Magnani. "Eu, pessoalmente, acredito que é difícil que ela não sabia, ao menos em pequena parte, das operações administrativas e contábeis da sua empresa", comentou.

A Operação Narciso, que contou com 250 policiais federais, visou o cumprimento de 36 mandados de busca em quatro Estados, sendo 32 deles na cidade de São Paulo e o restante em Santa Catarina, Espírito Santo e Paraná. Os dirigentes da Daslu são acusados de sonegação fiscal, descaminho (contrabando), falsificação de documentos e formação de quadrilha.

De acordo com o procurador, há suspeitas de que a Daslu comprava produtos de luxo de marcas famosas do Exterior e, através de empresas-laranja, importava as mercadorias com notas falsas, a fim de sonegar impostos no Brasil, como o de produção industrial (IPI), de importação e, inclusive, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Há fortes indícios que a Daslu comprava diretamente os produtos do Exterior. Porém, utilizava empresas, como a Multimport, para viabilizar a sonegação, inclusive, com documentos falsos que indicavam a suposta venda dos produtos por valores abaixo do que eram negociados de forma real", disse.

"Porém, algumas destas empresas importadoras estavam fechadas há seis meses e, mesmo assim, participavam das operações de importação." Entre as empresas de fachada que participariam da importação estão a Multimport, com sede em São Paulo, a Magnum, que, mais tarde, transformou-se em MT, estabelecida em Cotia (SP), e também uma empresa com sede nos Estados Unidos, denominada Horacy.

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