A empresária Eliana Tranchesi, proprietária da loja Daslu, já detida, pode ser
acusada, segundo a Polícia Federal, por crimes de formação de quadrilha,
falsidade material, ideológica e contra a ordem tributária. Ainda pesa sobre a
empresária o possível crime de sonegação fiscal sobre o lucro da megastore de
luxo.
De acordo com a investigação da PF, os produtos comercializados na
Daslu eram comprados de empresas importadoras que subfaturavam o preço das
mercadorias com o objetivo de reduzir a incidência do Imposto de Importação. O
subfaturamento ocorria a partir da substituição da fatura comercial verdadeira
por outra com preço inferior. O esquema também fazia com que o IPI sobre o
material importado também ficasse reduzido.
Segundo a PF, estas empresas
responsáveis pela importação eram pessoas jurídicas constituídas para permitir a
importação irregular e burlar a fiscalização da Receita Federal.
A
operação que deteve Eliana Tranchesi foi batizada de "Narciso" e cumpriu 33
mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária em São
Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Paraná. Participaram da ação 240
polícias federais nos quatro Estados e 80 auditores fiscais da Receita. Os
mandados foram expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos.
O
material recolhido será encaminhado à Polícia Federal e, posteriormente,
remetido à Receita Federal.
As investigações que desembocaram na Operação
Narciso foram iniciadas em 2004, quando a Receita apreendeu em São Paulo e
Curitiba mercadorias da loja que vinham acompanhadas com as notas fiscais
subfaturadas e com as que possuíam o valor verdadeiro dos produtos.