O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) deve ter-se arrependido da autoria do projeto de decreto legislativo já aprovado pela Câmara e a ser examinado pelo Senado, no qual propõe o arquivamento da delegação concedida pelo governo federal ao Estado do Paraná, para exercer a administração dos portos de Paranaguá e Antonina.
Anunciada na semana passada, a medida deu ocasião a uma série de pronunciamentos contrários, coroada pela manifestação dos senadores Alvaro Dias (PSDB), Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PT). Os senadores se permitiram fazer ressalvas ao modelo administrativo vigente nos referidos terminais marítimos, aliás compatíveis com as posições que ocupam hoje no xadrez político paranaense.
Todavia, nenhum dos nossos representantes no Senado conseguiu enxergar algum mérito na proposição do deputado maringaense. O petista Flávio Arns, a rigor, o mais próximo do governador Roberto Requião, colou à iniciativa de Ricardo Barros o retórico, mas incisivo adjetivo ?estapafúrdio?.
Os portos de Paranaguá e Antonina são administrados pelo governo do Estado há muitas décadas, em regime de concessão outorgada em convênios sempre renovados pela União. Área crítica e altamente suscetível à influência da política local, a APPA tem estado sempre na berlinda, para o bem ou para o mal. O deputado Ricardo Barros sabe disso e aproveitou a onda.
Talvez não tenha levado na devida conta o aranzel que criou.