O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se uniu nesta sexta-feira (1º) ao coro dos críticos da proposta de seu par norte-americano, George W. Bush, segundo a qual os 15 países mais poluidores – entre os quais o Brasil – devem reduzir de forma voluntária suas emissões de gases causadores do aquecimento global. O presidente entende que a proposta de Bush, apresentada ontem, às vésperas da cúpula do grupo de sete países mais ricos, mais a Rússia (G8), é falha porque não obriga que os países poluidores se esforcem em reduzir as emissões de gases a efeito de serre.

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De acordo com Lula, o Protocolo de Kyoto deve ser cumprido. "Os protocolos das instituições multilaterais dão diretrizes gerais para que os países as cumpram. Se cada nação adotar o que está previsto no Protocolo de Kyoto, significa que cada país vai ter de assumir responsabilidade para reduzir o desmatamento, despoluir o planeta", disse Lula. "Não existe perspectiva de que a proposta do presidente Bush prevaleça sobre o Protocolo de Kyoto e outras decisões multilaterais porque a proposta é muito voluntarista. Quem quer faz, quem não quer não faz. Ora, se já temos Kyoto, por que inventar outra proposta e não cumprir aquilo que já está determinado?"

Na mesma oportunidade, Lula voltou a destacar a importância do etanol e dos biocombustíveis e a liderança brasileira para reduzir os efeitos do aquecimento global. Mostrando desenvoltura com as estatísticas, o presidente lembrou o potencial hídrico com fonte de energia e ressaltou que o Brasil pode gerar entre 150 mil e 200 mil megawatts/hora de energia – o equivalente a 1 34 trilhões de barris de petróleo – se explorar melhor seu potencial nesta tecnologia.

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