A Promotoria de Investigações Criminais (PIC) de Curitiba vai apresentar nos próximos dias denúncia criminal contra uma suposta quadrilha acusada de praticar escutas telefônicas clandestinas. Entre os que devem ser denunciados está o policial civil Délcio Augusto Rasera, que supostamente trabalhava na Casa Civil do governo do Paraná e se apresentava como assessor do governador Roberto Requião (PMDB). Rasera foi preso no dia 6.

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O relatório com os depoimentos já tomados foi enviado no fim da semana passada para o Juízo Criminal de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, onde as investigações começaram. Assim que retornar, o Ministério Público tem cinco dias para apresentar a denúncia criminal. Até a semana passada, 17 pessoas tinham sido ouvidas. Hoje, mais quatro prestaram depoimento. De acordo com a PIC, elas "confirmaram parcialmente os fatos apurados".

Ontem, o jornal Gazeta do Povo divulgou que entre os documentos apreendidos pela PIC nos escritórios de Rasera estavam três orçamentos feitos em 2003 por uma empresa especializada em equipamentos de serviços de inteligência. Um deles tinha como destinatário o próprio governador. Entre os materiais, maleta receptora e gravadora de áudio e vídeo, luneta terrestre digital bloqueador de celular e ultra microcâmera. Segundo a assessoria do governo, seria mais um "carteiraço" de Rasera. "Ele tentava usar o nome do governador", disse a assessoria.

No horário eleitoral gratuito, o PDT, que tem como candidato ao governo o senador Osmar Dias, continua explorando o assunto. No programa desta tarde, foram reforçadas as informações de ontem da Gazeta do Povo. O PMDB, por seu lado, conseguiu direito de resposta em razão das acusações. De acordo com a Justiça Eleitoral, "a propaganda ofende a honra do candidato Roberto Requião, pois lhe imputa a prática de crime".

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