O promotor Sebastião Sérgio da Silveira, do Ministério de Ribeirão Preto, disse ontem que poderá convocar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para depor no inquérito civil público que apura irregularidades em contratos de limpeza pública entre a prefeitura local e o Grupo Leão Leão.
Os contratos foram assinados no final de 1999, ainda durante a gestão do antecessor de Palocci, Luiz Roberto Jábali, morto este ano, e aditados durante a gestão de Palocci como prefeito da cidade paulista. O Tribunal de Contas do Estado apontou este ano irregularidades nos contratos, o que motivou a investigação do Ministério Público.
De acordo com Silveira, o grupo de promotores que investiga o caso deverá se reunir ainda esta semana para decidir quais os próximos convocados. "Se for necessário, vamos convocar o ministro, pois o inquérito é civil e não criminal. Se fossem criminais, as investigações deveriam ser feitas pelo Supremo Tribunal Federal (STF)", esclareceu.
Silveira disse que o inquérito será composto por um conjunto de documentos do TCE, depoimentos que estão sendo tomados pelo Ministério Público e informações da Policia Civil e informações da Policia Civil.
Os promotores ouviram hoje, por mais de cinco horas, o depoimento do sócio-proprietário do grupo Leão Leão, Luiz Claudio Ferreira Leão. Ele disse duvidar que tenha havido qualquer tipo de superfaturamento nos serviços prestados pelo grupo à prefeitura de Ribeirão preto e informou que a empresa contratou uma auditoria para que as denúncias sejam esclarecidas.
Em entrevista concedida após o depoimento, o empresário considerou que não há perseguição por parte do Ministério Público, elogiou o trabalho feito pelos promotores de Ribeirão Preto e negou ainda que haja perseguição política contra ele e o ministro Antonio.
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