O promotor Aroldo Costa Filho, do Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) de Ribeirão Preto (SP), afirmou hoje que o Ministério Público e a Polícia Civil têm "uma lista grande de pessoas que podem ser envolvidas e indiciadas" no inquérito que apura crimes de superfaturamento no serviço de limpeza urbana e no suposto desvio de dinheiro para o PT na cidade paulista.

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Os crimes teriam ocorrido durante a gestão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, como prefeito da cidade (2001-2002) e de seu sucessor Gilberto Maggioni (2002-2004). As denúncias da existência de um esquema entre a Prefeitura de Ribeirão e o Grupo Leão Leão foram feitas pelo advogado Rogério Buratti em agosto.

Costa Filho explicou que o delegado seccional responsável pelo inquérito, Benedito Antonio Valencise, irá ouvir pelo menos mais oito testemunhas no inquérito, além das quatro que já prestaram depoimento. Valencise já declarou que, com o material já obtido pela polícia e pelo Ministério Público, há provas de que houve superfaturamento, peculato e falsidade ideológica.

Segundo ele, no esquema era cobrado um valor superior ao previsto no contrato entre a empreiteira e a prefeitura para um determinado serviço cuja mensuração era impossível de ser feita, como a varrição de ruas. Isabel Bordini, ex-diretora do Departamento de Águas e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp) será a primeira ex-assessora de Palocci a ser ouvida no inquérito e provavelmente será indiciada, mas a data ainda não foi confirmada. Além dela, devem ser ouvidos Donizeti Rosa, marido de Isabel, ex-secretário da Palocci e atual diretor-superintendente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete de Palocci na prefeitura e no ministério, o próprio Maggioni e ainda seu secretário Nelson Colella.

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