O procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, reafirmou nesta terça-feira (15) que os bingos no Estado continuarão fechados e que a atividade é ilícita. “Essa não é uma questão política. Existe uma legislação federal que proíbe essa atividade. Temos de cumprir isso. Agora, o assunto está com o Ministério Público, que está investigando os donos de bingos. O que estava ocorrendo era uma distorção à proibição federal”, frisou Botto. A manutenção do fechamento dos bingos no Paraná ganhou ainda o respaldo das declarações do promotor de Justiça do Mato Grosso, Mauro Zaque, integrante do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado, que denunciou uma estreita ligação dos negócios de João Arcanjo Ribeiro ? o Comendador Arcanjo ? com o jogo no Paraná.
O promotor é o responsável pelas investigações em relação aos negócios ilegais de Comendador Arcanjo, considerado chefe do crime organizado no Mato Grosso. “Os braços do Comendador Arcanjo eram extensos no Paraná e ele operava no Estado no setor de máquinas caça-níqueis”.
Mauro Zaque contou que quem montou os negócios do Comendador Arcanjo no Paraná foi o uruguaio Julio Baehs, um dos maiores operadores de máquinas caça-níqueis. Explicou que havia uma articulação com a exploração de bingos. “A minha experiência em investigações me provou que, em princípio, os bingos não são um mal. Mas em regra estão vinculados ao crime organizado. Têm uma íntima relação”, afirmou.
O promotor mato-grossense explicou ainda que bingos e caça-níqueis são utilizados para a demarcação de território de atuação do crime organizado e para lavagem de dinheiro. “E descobri ainda que há, no Paraná, vínculos entre o Comendador Arcanjo e o doleiro Alberto Youssef”, garantiu o promotor de Justiça do Mato Grosso.
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