Na parte fechada do depoimento que prestou à CPI do Tráfico de Armas, o promotor André Luiz Felício, do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção do Crime Organizado (Gaerco) de Presidente Prudente, fez um alerta para um possível plano do PCC de praticar atentados contra autoridades. Felício leu para os parlamentares a íntegra de um "salve" (ordem) captado durante investigações da política e do Ministério Público, na última, sexta-feira por volta de meio-dia.

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A ordem, em geral transmitida entre os presos por telefone celular, era, segundo o promotor, do bandido Júlio Cesar Guedes de Morais, o Carambola. "É para começar a seqüestrar autoridades para resolver o problema do sistema. Do jeito que está, não está surtindo efeito. O braço armado vai funcionar de vez. Acabou a paz", dizia a ordem, lida por Felício no plenário da CPI. "Ele chamou atenção para o fato porque disse não saber que autoridades poderiam estar ameaçadas", disse o relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

No trecho aberto, o promotor não falou sobre os braços do PCC fora de São Paulo, mas deixou claro que teme a concentração de presos de pontos diferentes do País em um único presídio. "Um dos meus temores são vários presos (de diferentes Estados) em uma unidade prisional. Será que não vai permitir essa ocorrência (proliferação do PCC)?", questionou Felício.

O promotor contou aos deputados que, dependendo do grau de dificuldade e da fiscalização, a propina paga a funcionários das penitenciárias para a entrada de um celular em presídios varia de R$ 600 a R$ 5 mil.

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