Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ressaltou nesta terça-feira (15) que o Brasil não medirá esforços na qualificação da saúde dos brasileiros, bem como na ajuda aos países mais pobres quando se tratar de medicamentos e tecnologias que envolvem a área.
Em discurso na 60ª Assembléia Mundial de Saúde, em Genebra, na Suíça – onde representou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, Amorim disse que a promoção da saúde depende do trabalho conjunto de políticas nacionais e ações de outros países.
Acrescentou que saúde é a ?chave? para o desenvolvimento e para o combate à pobreza de uma nação. Por isso, o princípio dos governos deve ser o bem-estar de seus povos, sobretudo aqueles menos favorecidos.
Ele destacou a colaboração brasileira com Guiné-Bissau e Moçambique no combate à epidemia do vírus HIV e, conseqüentemente, da aids. ?Fornecemos medicamentos anti-retrovirais. Estamos envolvidos com o treinamento de equipes médicas e com a instalação da infra-estrutura para o tratamento?, informou o ministro.
Amorim lembrou a iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no início de maio determinou o licenciamento compulsório das patentes relativas a um medicamento anti-retroviral usado pelo Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids.
Segundo ele, quando a questão é salvar "milhares de vidas", não deve haver obstáculos econômicos. Nesse sentido, ele acrescentou que, muitas vezes, doenças se manisfestam não pela falta de medicamentos, mas pela dificuldade ou até mesmo ausência de acesso a eles.
Por fim, o chanceler afirmou que o maior desafio da Organização Mundial de Saúde (OMS) é a necessidade de promover pesquisas nos países menos desenvolvidos.
A Assembléia Mundial de Saúde começou ontem (14) e termina no dia 23 de maio. Nos dez dias de debate, serão discutidos, dentre outros, o projeto de Plano Estratégico de OMS, a situação da gripe aviária no mundo, a prevenção e o controle de doenças-não transmissíveis. A assembléia reúne representantes de 192 países.