Brasília ? Dois projetos para beneficiar os portadores de necessidades especiais foram os vencedores da 4ª edição do Prêmio Técnico Empreendedor 2005, uma parceria da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O concurso é destinado aos alunos de instituições federais de educação tecnológica e de escolas atendidas pelo Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep).

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Os finalistas foram conhecidos hoje (28), em cerimônia no MEC. O secretário de Educação Profissional do MEC, Eliezér Pacheco, disse que é preciso incentivar o empreendedorismo, para que cada aluno "tome o seu destino em suas próprias mãos e construa seu futuro". "O papel da escola e do Ministério da Educação é fazer o que é a sua obrigação, que é fornecer e possibilitar uma educação pública qualificada, democrática e de qualidade para que, dessa qualificação, cada um possa construir a vida de vocês", afirmou.

Na categoria técnicos, para estudantes do ensino médio, os vencedores foram três alunos do Centro de Educação Tecnológica (Cefet) de Bento Gonçalves (RS): Jéssica Sabrine Fróes, Melissa Fagherazzi e Ramon Werle. Eles desenvolveram o projeto da Agência de Acessibilidade, que dará suporte a lares, empresas e instituições que atuem com pessoas portadoras de necessidades especiais. Os alunos também vão fazer a adaptação de hardwares e softwares para esse público.

Jéssica Fróes, de 17 anos, explicou que o projeto vai atuar em três frentes: adaptação de hardware, software e de órteses (prótese para braço); capacitação dos profissionais que constroem websites e capacitação dos deficientes para o mercado de trabalho. "É um mercado vasto, as empresas têm necessidade de uma empresa que faça essa capacitação, e não tem ninguém no mercado que faça isso". Segundo Jéssica, o grupo procura agora apoio financeiro para executar o projeto, orçado em R$ 87 mil.

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Na categoria tecnólogos, para estudantes de nível superior, os vencedores foram dois estudantes da Universidade Federal Tecnológica do Paraná: Claiton Warnk e Marcus Vinícius dos Santos. O projeto, Suporte a Equipamentos Especiais, visa a implantação de um núcleo de suporte e assistência técnica para equipamentos como máquinas de escrever e impressoras em braile, para deficientes visuais.

O estudante Marcus Vinícius, de 20 anos, contou que a idéia do projeto surgiu após uma pesquisa de campo no estado do Paraná na qual constatou-se que não havia profissionais capacitados para dar assistência técnica aos equipamentos utilizados por deficientes visuais. "Eles tinham que enviar as máquinas de braile para São Paulo, e muitas vezes o custo do transporte era muito maior do que a própria manutenção", disse o estudante. Ele calcula que 52 instituições que trabalham com deficiente visuais vão ser beneficiadas com o projeto.

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Este ano, o concurso recbeu 222 inscrições. Foram premiados os seis melhores projetos, três na categoria técnico e três na categoria tecnológico. Os trabalhos deveriam apresentar soluções para gerar negócios e contribuir para o desenvolvimento socioeconômicos da comunidade.

Para o gerente de Educação do Sebrae, Ênio Pinto, é preciso formar alunos empreendedores. Ele garante que dinheiro para incentivar bons projetos não vai faltar. "Posso afirmar com segurança que há muito mais investidores no mercado dispostos a fazer investimentos em boas idéias do que bons projetos. Não faltam recursos para novos investimentos, o que falta é energia e boas idéias, coisa que esses estudantes têm de sobra", afirmou.

As equipes vencedoras receberam certificado, troféu e R$ 1,5 mil de prêmio. Os alunos também foram premiados com R$ 3 mil (primeiro lugar), R$ 2 mil (segundo) e R$ 1,5 (terceiro). Os professores que orientaram os projetos vencedores também receberam prêmio de R$ 2 mil.