Projeto resgata cultura indígena e estimula produção de artesanato

O resgate da cultura indígena do Paraná é o principal objetivo do Programa ?Artesanato que Alimenta?, apresentado pelo Provopar Ação Social nesta terça-feira (20), na Escola de Governo, no auditório do Museu Oscar Niemeyer. O projeto resgata e valoriza a tradição do escambo, através do qual alimentos são trocados por artesanato indígena. Com isso, ameniza a fome nas aldeias e incentiva a produção de artesanato típico. Todo mês são beneficiadas 900 famílias.

As trocas foram iniciadas em junho de 2005. Em um ano foram realizadas mais de 9 mil trocas que beneficiaram 3.600 índios em 17 aldeias dos municípios de Guaraqueçaba, São José dos Pinhais, Piraquara, Tamarana, Ortigueira, Mangueirinha, Nova Laranjeiras, Laranjeiras do Sul e Espigão Alto do Iguaçu.

Segundo Lucia Arruda, presidente do Provopar, o programa fez com que muitas famílias indígenas retomassem a produção do artesanato, ajudando a preservar sua cultura. Houve facilidade para o escoamento da produção do artesanato nas lojas do Provopar e, com isso, uma diminuição do tempo de permanência dos índios nas cidades. ?As crianças também estão ficando menos tempo na beira das estradas, reduzindo o risco de exploração sexual?, destacou.

O programa possibilitou ainda a facilidade ao acesso de alimentos às comunidades indígenas. A troca de alimentos, somada a ação do Governo do Estado Leite das Crianças, diminuiu a desnutrição nas aldeias paranaenses.

Kit indígena 

Com o Artesanato que Alimenta, a produção indígena aumentou, dando oportunidade para uma nova fase do projeto, que visa difundir a cultura das aldeias. Em parceria com as secretarias estaduais da Cultura, da Educação e de Assuntos Estratégicos e com a TV Educativa, o Provopar Ação Social elaborou o kit cultura indígena, um material educativo, destinado a professores e estudantes das escolas estaduais, freqüentadores de bibliotecas públicas e visitantes de museus paranaenses.

O kit contém exemplares do artesanato kaingang e guarani, como cestarias, arco, flechas e bichos esculpidos em madeiras, além de CD multimídia com cânticos sagrados guarani, um DVD com informações sobre os povos indígenas do Paraná, e o livro ?Memória, Presença e Horizontes?, que fala do modo de vida do índio. ?Desta forma pretende-se formar uma geração mais consciente sobre a sua cultura, capaz de respeitar e valorizar os saberes dos povos indígenas do nosso Estado?, afirmou Iramar Diório Hermógenes, coordenador de artesanato do Provopar. Ele garantiu que, dentro em breve, esses kits começam a ser distribuídos nas escolas públicas e museus do Estado.

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